Duas iniciativas do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (SES), foram anunciadas nesta segunda-feira, 11, para reforçar o atendimento a pacientes suspeitos de dengue que procuram serviços da Atenção Primária no Rio Grande do Sul. Um painel online passa a partir de hoje a estar disponível como suporte aos profissionais de saúde. Além disso, profissionais de enfermagem passam a ficar autorizados a requisitarem exames, principalmente hemogramas, nos casos suspeitos da doença.
A plataforma para manejo clínico de casos permite a identificação do estado de saúde e tratamento de cada paciente através de características, sinais e sintomas.
Pela internet (em dengue.saude.rs.gov.br/manejoclinico), é possível verificar se o caso se enquadra em um dos quatro grupos (A, B, C e D) da classificação de risco ao apontar na página os sintomas como febre, cefaleia e vômitos persistentes, entre outros. A aplicação indica então o tratamento adequado para evitar o agravamento do estado de saúde, evitando o risco de óbito.
Desenvolvida a partir do Painel Dengue RJ, criado pela Secretaria Estadual do Rio de Janeiro, a ferramenta é o primeiro resultado concreto da colaboração entre os estados que fazem parte do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).
“É uma ferramenta que vai nos ajudar de forma concreta e objetiva a identificar com mais agilidade os casos de dengue”, explicou a secretária da Saúde, Arita Bergmann. “A partir de agora temos mais um apoio no combate à dengue”, acrescentou.
Ela ressaltou que os profissionais de saúde devem ficar mais atentos aos e sintomas da dengue nos casos que chegam à Atenção Primária. “No Rio Grande do Sul, onde a dengue está presente em todos os territórios, não estamos valorizando os sinais entre os profissionais e a população”, destacou a secretária. “Temos que ressaltar para os profissionais da rede e à população sobre a importância de dar atenção aos sinais para evitar que tenhamos mais óbitos”.
O lançamento ocorreu durante reunião online da secretária Arita Bergmann e de representantes das Secretarias Estaduais de Saúde do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, estados que também fazem parte do Cosud. Também foi exibido um vídeo da secretária de Saúde do Rio, Claudia Mello, que ressaltou o trabalho em rede entre as secretarias no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Enfermeiros poderão requisitar exames
Em outra iniciativa contra a dengue, a secretária Arita Bergmann e o presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Antonio Ricardo Tolla, assinaram, uma nota técnica conjunta que autoriza profissionais de enfermagem a requisitarem exames, principalmente hemogramas, nos casos suspeitos da doença.
O documento estabelece parâmetros para atuação de profissionais no enfrentamento da dengue, entre eles, a consulta de enfermagem, requisição de exames, notificação de casos suspeitos e o monitoramento dos pacientes, identificando possíveis alterações no quadro clínico. Também indica o manejo clínico dos pacientes conforme a avaliação de risco.
“Quisemos dar esse subsídio para que um enfermeiro a 600 quilômetros de Porto Alegre dê o mesmo atendimento que está sendo oferecido nos maiores municípios do Estado”, disse o presidente do conselho.
Presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS), Guilherme Ribas, destacou que a nota técnica facilitará o cuidado nos 497 municípios gaúchos. “Tenho certeza de que estamos agregando dispositivos e ferramentas que vão facilitar o combate à dengue no Rio Grande do Sul”.
Situação da dengue no Estado
Até esta segunda-feira, o Rio Grande do Sul já registrou no ano 17 óbitos por dengue. De acordo com o Painel da Dengue no RS da Secretaria da Saúde, são 16.574 casos confirmados no Estado. Outros 10.138 casos suspeitos da doença estão em investigação.
A SES reforça a importância de que a população procure atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas. Dessa forma, evita-se o agravamento da doença e a possível evolução para óbito.
Principais sintomas:
- febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias
- dor retro-orbital (atrás dos olhos)
- dor de cabeça
- dor no corpo
- dor nas articulações
- mal-estar geral
- náusea
- Vômito
- Diarreia
- Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.
Medidas de prevenção à proliferação e circulação do Aedes, com a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências ou apartamentos e eliminação dos objetos com água parada são ações que impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática.
O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra o Aedes aegypti.