Movimento “Água até Aqui”

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Movimento “Água até Aqui”

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Atualizado quinta-feira,
16 de Maio de 2024 às 06:30

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A educação visual salva vidas e precisa estar presente em todas as cidades impactadas pelas enchentes e inundações. E não faltam iniciativas populares para inspirar a comunidade do Vale do Taquari. Entre essas, destaco o coletivo “Água até Aqui”, em movimentação no Estado de São Paulo.

Por lá, um grupo de profissionais da área da comunicação iniciou um importante movimento de conscientização na principal avenida da capital paulista. Os adesivos alertam para os riscos da inundação e teriam um papel fundamental na educação comunitária da nossa região. É suficiente? Claro que não.

Além disso, é preciso aprimorar a educação junto às comunidades e estudantes. Mas é uma iniciativa barata, lúdica, simples e de fácil implantação.

Voluntariado ou politicagem?

Não pensem que os olhos da fiscalização estão fechados. Pelo contrário. E mais. As próprias redes sociais registram tudo que se passa nos bairros mais periféricos. Portanto, um alerta aos dedicados e voluntariosos agentes políticos: a entrega, em mãos, dos mantimentos (especialmente as doações já registradas em pontos de distribuição, como os colchões, por exemplo) para a população mais carente e afetada não pode servir de palanque eleitoral. Afinal, até o oportunismo tem limite.

Documentos perdidos

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul iniciou o programa “Recomeçar é Preciso!”, uma ação emergencial para a recuperação de documentos em diversos locais do Estado. O programa é resultado de uma parceria entre a Presidência do TJRS, a Corregedoria-Geral da Justiça, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os Registradores Civis do RS e o Comitê Gestor do Plano Social da Secretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humano, o Ministério Público do Estado e a Defensoria Pública do Estado. Conta também com o apoio da Polícia Federal, da OIM (Agência de Migração da ONU), Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) e do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. E tal movimento já iniciou, também, no Vale do Taquari.

Burocracia até para a limpeza

Chefe do Executivo de Estrela, Elmar Schneider (MDB) está incomodado com a burocracia imposta para a limpeza da cidade. Eu explico. Representantes do governo estadual ameaçam não custear os serviços de recolhimento das toneladas de sujeita e entulhos caso o governo municipal não respeite alguns critérios. Entre esses, o depósito em uma área não-alagável. Em nome da agilidade, ele questiona as exigências e promete “bater o pé” para que o estado desista de algumas exigências.

Ministro (e possível candidato) novo ao Rio Grande do Sul

A possibilidade de Paulo Pimenta deixar a função de Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal já não era segredo para quem acompanha a política nacional. Já faz alguns meses que o gaúcho “balançava” no estratégico cargo. Pois bem, e diante da tragédia que assola o nosso estado, o presidente Lula parece ter unido o útil ao agradável ao anunciar Pimenta como o Ministro de Reconstrução do Rio Grande do Sul. Tomara que dê certo. Cotado para ser candidato a governador, o deputado federal licenciado terá a dura missão de coordenar a distribuição de recursos e a aplicação de políticas públicas em mais de 400 municípios gaúchos. Não será nada fácil.

A “papelocracia” já impera

A reconstrução da Ponte de Ferro entre Lajeado e Arroio do Meio já conta com R$ 6,7 milhões do governo federal, e ao menos R$ 2,5 milhões em emendas de deputados federais. Além disso, a campanha Juntos Pela Ponte segue a pleno vapor e as doações já estão próximas do primeiro milhão. Mesmo assim, os agentes públicos e empresários da região engajados no movimento demonstram muita preocupação com um possível, antigo e indigesto entrave: a burocracia. Nessa terça-feira, por exemplo, o Secretário Nacional de Defesa Civil Wolnei Wolff chegou ao Vale do Taquari em uma imponente aeronave para anunciar que a União vai exigir um estudo hidrológico para autorizar o repasse de recursos. Ou seja, e para o bem ou para o mal, a burocracia já impera.

TIRO CURTO

  • Na câmara legislativa lajeadense, o vereador Isidoro Fornari (PP) assina requerimento para solicitar ao Executivo um projeto de lei “com o objetivo de conceder isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS) sobre a execução e operações nos serviços prestados pelas empresas na construção da nova ponte de ferro, entre a cidade de Lajeado e Arroio do Meio”.
  • Já a vereadora Ana da Apama (PP) assina dois requerimentos para reconstruir a cidade. Além de pedir que o governo municipal venda ou leiloe parte dos imóveis de propriedade do município para arrecadar fundos, ela sugere a “aplicação imediata” do superavit financeiro para as ações de reconstrução e auxílio aos atingidos pela enchente.
  • Redes de postos de combustível anunciaram, na terça-feira, o aumento de R$ 0,10 no preço do óleo diesel em todo o Rio Grande do Sul. Diante da repercussão negativa nos meios político e empresarial, eles voltaram atrás e reajustaram os preços para baixo. Menos mal. Afinal, o momento ainda é inapropriado.
  • Além da campanha Juntos Pela Ponte, referente à estrutura entre Arroio do Meio e Lajeado, empresários e agentes públicos também organizam a Comissão Pró-Reconstrução para reerguer outra ponte sobre o Rio Forqueta, entre Marques de Souza e Travesseiro.
  • A região baixa do Vale do Taquari já não possui tantos problemas de logística. Pouco a pouco e a BR-386 vai retomando a normalidade. Já na região baixa, a inércia do Estado para garantir melhores condições à ERS-129 vai resultar em um prejuízo colossal e muito (mas muito mesmo) superior aos valores necessários à pavimentação do trecho entre Colinas e Roca Sales. É uma pena!

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