“Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” é um excelente filme de terror

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“Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” é um excelente filme de terror

Mago supremo da Marvel ganha uma obra que abraça o gênero do horror e apresenta uma trama concisa, bem executada e marcada pela particular - e ótima- visão do diretor Sam Raimi

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Atualizado quinta-feira,
05 de Maio de 2022 às 18:51

“Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” é um excelente filme de terror

Depois de mais de 25 filmes e uma hegemonia bilionária nas bilheterias dos cinemas do mundo, o Universo Marvel, podemos dizer, caiu numa pasteurização. A fórmula que une humor e ação um tanto inofensiva já entregou excelentes produtos. Porém, todos parecidos em si – com exceção de alguns ótimos exemplos. Por isso, a principal observação a se fazer sobre “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, que estreia nesta quinta-feira (5), é que o filme é um fôlego de originalidade. 

Afinal, é a primeira vez que a Marvel entrega um filme de terror, que mescla elementos de exorcismo e bruxaria. Pode parecer exagero ou adjetivos alegóricos, mas, acredite, o filme realmente entrega atmosfera, arco e, sim, ótimos jump scares – o “buh”. 

Contudo, é claro, é um filme da Marvel: os elementos de humor estão distribuídos no decorrer das duas horas de exibição. Esse é outro ponto importante da obra: é uma história concisa e muito bem contada. E o motivo por trás dessa excelência narrativa tem um nome: Sam Raimi. 

O diretor da trilogia original do Homem-Aranha, estrelado por Tobey Maguire – “Homem-Aranha 2”, de 2004, continua sendo a obra máxima do herói, por sinal -, conhece o material original e suas potencialidades. Porém, mais do que isso, ele é um especialista em cinema de gênero. Afinal, ele é o autor de “A Morte do Demônio”, clássico oitentista do horror e que até hoje é uma referência para o segmento. 

Raimi é um grande contador de histórias. Neste aspecto, tudo funciona em “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”: o ritmo, os plots, a construção da atmosfera e as escolhas artísticas. Talvez, pela primeira vez, a Marvel entrega um filme artisticamente bonito – “Eternos” também é, mas sua falta de posição torna a obra algo sem sal. E essa beleza está distribuída na obra, mas marcante na ação. A cena em que Doutor Estranho atravessa inúmeras dimensões e um episódio de “batalha musical” são de deixar a boca aberta. 

Quanto à trama, atravessar dimensões e visitar outros universos é o plot central. Após os episódios de “Homem-Aranha – Sem Volta Para Casa“, em que as portas do multiverso são oficialmente abertas com a reunião dos Homens-Aranhas do cinema, o mago Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) precisa ajudar a jovem America Chavez (Xochitl Gomez), que tem o poder de viajar pelo multiverso.

Logo no início do filme, com sequências de ação que traduzem a excelência da direção de Raimi, somos contextualizados do perigo da trama: uma força mística que quer se apoderar da habilidade da adolescente. E é na Feiticeira Escarlate (Elisabeth Olsen) que o Doutor Estranho encontra uma solução para esse desafio. 

A atriz, por sinal, brilha no papel, como já havia feito na série “WandaVision”, no Disney+. E é exatamente onde termina seu arco na série que começa sua jornada no filme. 

Essa jornada, é claro, nos leva a outros universos e outras versões de heróis que o público já conhece – e outras que os fãs apenas desejavam. E isso inclui os Illuminati, a sociedade secreta da Marvel responsável por vigiar o universo. Além dos nomes que já foram revelados nos trailers, há boas surpresas guardadas. 

A lógica do fan service – as recompensas entregues para quem se dedica há tempo a este universo – está presente no filme, mas não é essencial. É claro que se você conhece todo esse projeto cinematográfico, há mais para aproveitar, mas isso não é determinante. A trama é surpreendentemente contida ao núcleo do herói e funciona sozinha. 

Funciona, repito, porque este é um filme do Sam Raimi. O passeio pelo multiverso e por diferentes gêneros cinematográficos é perfeitamente orquestrado e amarrado pela questão: você é feliz? Como todo jornada do herói, “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” nos entrega um arco de amadurecimento que consolida o personagem-título como uma referência nessa nova fase da Marvel nos cinemas. Além disso,  nos lembra como é bom ver um filme com uma clara assinatura de direção. 

Assista ao trailer:

Você pode conferir o Na Sua Tela de segunda a sexta-feira, sempre às 13h45 e 17h45 na programação da Rádio A Hora 102.9.

Ouça a edição desta quinta-feira (5):


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Galeria

(L-R): Xochitl Gomez as America Chavez, Benedict Wong as Wong, and Benedict Cumberbatch as Dr. Stephen Strange in Marvel Studios' DOCTOR STRANGE IN THE MULTIVERSE OF MADNESS. Photo courtesy of Marvel Studios. ©Marvel Studios 2022. All Rights Reserved.

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