“Eternos”, novo filme da Marvel, é um épico religioso que não se decide entre arte e entretenimento

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“Eternos”, novo filme da Marvel, é um épico religioso que não se decide entre arte e entretenimento

Principal estreia da semana, obra apresenta a criação do universo Marvel

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Atualizado quinta-feira,
04 de Novembro de 2021 às 14:48

“Eternos”, novo filme da Marvel, é um épico religioso que não se decide entre arte e entretenimento
Eternos (Foto: Marvel/Divulgação)
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Há 13 anos a Marvel constrói uma narrativa conjunta que transcende uma obra cinematográfica. Quase como uma série para TV ou streaming, este arco parte do avançar tecnológico e chega aos confins do universo. Agora, 25 filmes depois, o estúdio se volta a sua narrativa de origem através da obra “Eternos”, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (4).

A trama mistura referências ao livro de Gênesis, da Bíblia, e à obra “Eram os Deuses Astronautas?”, de Erich von Däniken, para contar a história dos Eternos, seres quase invencíveis criados pelos Celestiais, divindades por trás de toda a criação do universo, para caçarem os Deviantes, criaturas que se espalharam pela terra ainda na aurora do homem.

Dirigido por Chloé Zhao, vencedora do Oscar por “Nomadland”, o filme conta com elenco de peso – a equipe de dez eternos é liderada por nomes como Angelina Jolie (Thena), Salma Hayek (Ajak) e Richard Madden (Ikaris), de “Game of Thrones” – e aproveita o fato de que, ainda que importantes para as histórias em quadrinhos, os personagens são poucos conhecidos pelo grande público para realizar mudanças que contribuem com a história.

Na comparação com o material original, há diversas mudanças de gênero e de etnia que colaboram muito para o resultado final e o objetivo apresentado desde o início: construir uma jornada de desconstrução religiosa.

Por estarem na terra há mais de sete mil anos, estas divindades estão diretamente relacionadas com os eventos da história. Além, é claro, que a própria dinâmica entre Eternos e Deviantes ser uma clara referência ao duelo entre anjos e demônios proposto pela tradição judaico-cristã.

O que Zhao e os roteiristas Kaz e Ryan Firpo propõem é uma atualização sincretista desta narrativa – e este, talvez, seja o ponto que mais aproxima o filme com suas obras originais e seu criador, o quadrinista Jack Kirb – e um caminho diferente para a jornada da Marvel nos cinemas – e isso é claro diante do fato de que este é o primeiro filme do estúdio que mostra uma cena de sexo.

“Eternos” é o filme que mais faz acenos à ideia de cinema de arte. A escolha dos planos, da forma como enquadrar e iluminar os protagonistas busca suscitar essa experiência de transcendência. O que é nobre, mas atrapalhado pelas licenciosidades da fórmula Marvel.

O primeiro aspecto é provocante e interessante, mas o segundo, ainda que divertido torna tudo uma massa estranha. A sensação é de que o filme fica no meio do caminho entre uma coisa e outra.

“Eternos” está em exibição no Cinema Arcoplex, no Shopping Lajeado, em seis horários: 14h30, 15h, 17h30, 18h, 20h30 (dublado) e 21h (legendado).

Assista ao trailer:

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