Empresas ampliam esforços na produção e transporte de água

Opinião

Thiago Maurique

Thiago Maurique

Jornalista

Coluna publicada no caderno Negócios em Pauta.

Empresas ampliam esforços na produção e transporte de água

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O esforço para garantir o abastecimento de água à população atingida pelas cheias em todo o Estado encontra forte engajamento na indústria de bebidas. Assim como a Fruki, que além de priorizar a produção de Água da Pedra também doou mais de 4 milhões de litros de água mineral e potável aos atingidos, companhias como Lactalis, Ambev, e a catarinense Baly adaptaram suas linhas para tentar suprir uma das necessidades mais básicas de quem vive nos mais de 400 municípios afetados. Em Teutônia, a Lactalis agora preenche embalagens de leite com água, com objetivo de distribuir 1 milhão de litros. A empresa mantém a coleta e produção de leite, ao mesmo tempo em promove campanha de auxílio aos colaboradores e produtores aferados.

A Ambev parou a produção de cerveja na fábrica de Viamão para envasar e doar água potável em latas. Por dia, são 850 mil unidades de 473 ml. Em parceria com a Tubarão Saneamento, a Baly também destinou parte da linha de produção, localizada na cidade de Tubarão (SC) para envasar água mineral em embalagens PET de 2 litros – que serão enviadas em 35 carretas para as áreas afetadas.

Outra iniciativa que merece destaque vem do litoral norte gaúcho. O parque Acqua Lokos passou a produzir e doar água potável em campanha que ganhou atenção de influenciadores como Felipe Neto – que contratou empresas gaúchas para levar os donativos às áreas afetadas. A Fruki foi uma das primeiras empresas a disponibilizar caminhões para a campanha do parque aquático. Essas e muitas outras iniciativas se somam em um esforço gigante para tentar reduzir um pouco do sofrimento enfrentado por todos nós.

Destruída, Lajeadense Vidros prioriza funcionários

Foto: Arquivo A Hora

Totalmente destruída pela fúria do rio Taquari, a Lajeadense Vidros direciona o trabalho na reconstrução das casas dos colaboradores atingidos e no apoio à comunidade. A empresa, que trabalha na construção de uma nova fábrica em área não inundável, destinou uma chave Pix para receber e destinar recursos aos funcionários. Interessados em colaborar podem enviar doações para o Pix 03302508093 – Roberta Lopes Arenhart.

A decisão de sair da rua Bento Rosa ocorreu após as enchentes que assolaram a região no ano passado. As obras iniciaram em abril, em uma área de 30 mil metros quadrados no bairro Imigrante, próximo a BR-386, nas imediações do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A fábrica terá um pavilhão de 11,3 mil metros quadrados, quase o dobro dos 7 mi metros quadrados da estrutura atual.

Acil encaminha demandas para recuperar setor produtivo

Mesmo após ser novamente atingida pela enchente, a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) continua trabalhando em prol da recuperação dos setores produtivos do Vale do Taquari. Presidente da entidade, Joni Zagonel convocou reunião onde foram definidas reivindicações de nas esferas econômico e tributária.

A entidade sofreu perda total nas instalações com o desastre e está sensível à prioridade de salvamento e manutenção de vidas, mas entende como fundamental a adoção de medidas de reconstrução econômica. O documento será enviado aos gabinetes da Presidência da República, Governo do Estado e Prefeitura de Lajeado.

A entidade pede a prorrogação urgente de todas as obrigações tributárias acessórias e a suspensão dos parcelamentos e acordos tributários nos âmbitos municipal, estadual e federal. Ao governo gaúcho, também é solicitada a prorrogação do pagamento do ICMS e ICMS-ST, nos moldes das medidas adotadas pelo Governo Federal e o não estorno do crédito de ICMS das mercadorias extraviadas/ danificadas e do ativo imobilizado atingido. A entidade ainda pede concessão de crédito presumido de ICMS temporário, no percentual de 17%, limitado ao valor da recompra do estoque ou de recebimento por transferência de outra unidade da empresa, com contrapartida da manutenção de empregos e concessão de crédito presumido temporário de ICMS a pagar, no percentual de 20%.

Em âmbito federal as medidas sugeridas incluem aumento no prazo da prorrogação do recolhimento do FGTS, restituição do tributo pago no regime do Simples Nacional nos últimos 6 (seis) meses e o reconhecimento dos créditos presumidos concedidos pelo Estado do Rio Grande do Sul como subvenção de investimentos para fins dos créditos financeiros previstos na Lei n. 14.789/2023.

Joni Zagonel, presidente da Acil durante reunião com o Grupo de Trabalho focado em mitigar os efeitos das cheias que atingiram a região

 

Frase do dia

É fundamental a oportunidade de as pessoas voltarem a trabalhar para recuperarem as perdas e voltarem à qualidade de vida que tinham antes do desastre ambiental. É essencial manter as empresas em funcionamento e promover ações para manter a economia saudável neste momento tão dramático.”

Rápidas

• STR Lajeado reabre – Fortemente atingido pela cheia do rio Taquari, o supermercado STR Lajeado retoma hoje os atendimentos. O trabalho de recuperação e limpeza começou na sexta-feira, quando as mercadorias molhadas começaram a ser retiradas para descarte, e encerrado na terça-feira, 7. A abertura ocorrerá de forma emergencial, com estrutura e quadro funcional reduzido. De acordo com o presidente do STR, Lauro Baum, a enchente atingiu os supermercados em parâmetros jamais pensados, tanto em Lajeado quanto em Estrela – onde a água inundou cerca de 60 centímetros da loja. As equipes trabalham para restabelecer as condições de atendimento em Estrela o mais rápido possível, mas ainda não existe previsão para a reabertura da unidade.

• Benefícios antecipados – O INSS antecipará o pagamento de aposentadoria, pensão e Benefício de Prestação Continuada (BPC) nos municípios que tiveram calamidade pública decretada no Rio Grande Sul. Os benefícios de maio e junho serão pagos de forma conjunta, a partir de 24 de maio. A medida inclui o 13º salário, que havia sido antecipado para todos os beneficiários por decreto. Para receber o valor, no entanto, é preciso solicitar o adiantamento do benefício no banco onde recebem a renda previdenciária mediante assinatura de termo de opção. Por enquanto, não terão direito ao adiantamento os segurados que recebem benefícios temporários, como auxílio-doença, salário-maternidade e auxílio-reclusão.

 

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