Hemoanálises nasce da coragem de Berenice

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Hemoanálises nasce da coragem de Berenice

Formada na UFRGS há 50 anos, ela abriu o laboratório em 1983

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Atualizado sexta-feira,
22 de Dezembro de 2023 às 11:44

Hemoanálises nasce da coragem de Berenice
Berenice é mãe de três filhos e avó de seis netos (Foto: Anderson Lopes)
Encantado

Berenice Conceição Bertozzi Goldoni, 71, faz questão de explicar que o “Conceição” foi escolha da mãe, que se inspirou em Nossa Senhora da Conceição, pelo fato dela ter nascido em 8 de dezembro, data de homenagem à santa protetora dos marinheiros e dos enfermos. “Certa vez, uma senhora me contou que estava retornando da primeira romaria na comunidade do Lajeadinho e encontrou uma tia minha que lhe disse: ‘a Hilda teve uma menina e vai se chamar Berenice Conceição'”, recorda.

Fundadora do Hemoanálises Laboratório de Análises Clínicas, em janeiro de 1983, Berenice viveu a infância em Encantado: brincava na rua, jogava caçador, divertia-se com os amigos nos pátios das casas e nos potreiros. Com seis anos, perdeu o pai, vítima de pneumonia, aos 41 anos. Para sustentar os cinco filhos, a mãe começou a trabalhar como merendeira de escola. “Graças a Deus nossa família era solidária. Meus tios sempre ajudaram a mãe. Tivemos todo o suporte para estudar”, lembra a esposa do médico Sérgio Goldoni.

Ela concluiu o antigo segundo grau no Castelinho, em Lajeado, antes de iniciar a graduação em Farmácia e Bioquímica na UFRGS, em Porto Alegre. “Em 2023 comemoramos 50 anos de nossa formatura”, orgulha-se a mãe de três filhos, Gabriel, Bruno e Marcos, e avó de seis netos. “Cada um dos filhos meu deu um casal de netos. São meus tesouros”.

Formada, mudou-se para Pelotas para ficar mais do Dr. Goldoni, que na época ainda cursava a faculdade de Medicina. Ao mesmo tempo, foi contratada por um laboratório e começou a lecionar no curso de Farmácia, na Universidade Católica (UCPEL). Depois, o casal ainda morou em Porto Alegre, onde Goldoni concluiu a residência médica, até decidir voltar para Encantado. “Quando retornamos não havia emprego para mim. Só tinha um laboratório na cidade, e não comportava mais profissionais. Por isso resolvi abrir o meu laboratório para trabalhar”, conta Berenice. “No início eu dava conta de tudo sozinha, além de cuidar da família. Depois começou o sobreaviso do hospital, com intervalos de uma semana de folga, em que a qualquer hora podíamos ser chamados para fazer as coletas. Hoje, deleguei a maior parte da administração para meu filho Gabriel. O laboratório é a cara dele”, explica.

A atual estrutura tem Berenice e Gabriel na coordenação, com apoio de mais três profissionais. O sistema de trabalho segue um rigoroso controle de processos que vai desde a coleta até a entrega dos laudos de exames. Quando reflete sobre sua caminhada profissional de cinco décadas, Berenice se sente orgulhosa pelo que construiu. “Valeu a pena. Acredito que fui corajosa por começar o negócio sozinha. Construímos uma relação de confiança muito forte com nossos clientes, e isso não tem preço”, avalia.

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