Representantes da comissão organizadora da Suinofest estiveram na câmara nessa segunda-feira. Na ocasião, foi realizada a prestação de contas do evento gastronômico e cultural realizado em junho e o esclarecimento de informações sobre o repasse de R$ 100 mil pelo governo municipal.
Representando a comissão organizadora, estiveram presentes o contador da Suinofest, André Bergamaschi, e o presidente da Associação Comercial e Industrial (Aci-e), Marcos Tonin, entidade responsável pelo evento. Segundo Tonin, algumas colocações feitas na câmara causaram desconforto.
“Estamos conscientes da transparência ampla e total de tudo aquilo que se vem fazendo. A Suinofest não é um evento da Aci-e, é um evento que leva para os quatro cantos do estado e do Brasil o nome de Encantado e já está consagrada”, salienta.
Tonin se referia às falas de Celso Cauduro (PMDB) e de outros vereadores da oposição, os quais alegam constar na justificativa do projeto que se a festa tivesse lucro o repasse de R$ 100 mil teria que ser devolvido aos cofres públicos. Conforme o presidente, no contrato, não consta a devolução dos recursos.
Conforme o contador, os R$ 100 mil foram usados para a parte externa do evento, onde não há cobrança de ingresso. Ele destacou que a festa teve um superávit de mais de R$ 338 mil. Desses, R$ 50 mil foram doados para o projeto de monitoramento com câmeras do município. Dessa forma, o valor disponível é de R$ 288 mil.
Segundo Bergamaschi , a contabilidade não está encerrada. Como é um evento da Acie-e, entra no exercício social da entidade que encerra em 31 de dezembro. Em função disso, a prestação de contas de forma oficial é feita na assembleia da entidade, que ocorrerá em março.
Tonin acrescentou que o lucro do salão gastronômico foi de R$ 34 mil, sendo o restante patrocínio. A movimentação em negócios realizados e prospectados foi de R$ 2,5 milhões.
A explicação
Luciano Moresco (PT) destacou que, a partir da lei das parcerias público-privadas, as normas mudaram. Segundo ele, os próprios órgãos como o Tribunal de Contas têm dúvidas sobre essa regulamentação que passou a valer desde janeiro.
Disse também que a colaboração do município sempre existiu para a estrutura externa e se prospectou essa participação. Assim, segundo ele, ficou definido em uma reunião o valor de R$ 100 mil, em que a câmara abriria mão de seus duodécimos e o Executivo a outra metade.
Moresco menciona que, depois do encaminhamento do projeto, o auditor do Tribunal de Contas disse entender que era possível o patrocínio. “O projeto já estava aqui e por um lapso, eu reconheço, fazia parte da administração municipal.”
Questionamento
Cauduro questionou os representantes da Suinofest se em alguma reunião com o Executivo foi mencionada a devolução do valor. Tonin reiterou que, se assim fosse, o valor seria rejeitado, pois o entendimento era de patrocínio.
“O convencimento nosso para a votação foi a devolução desse valor.”, disse Cauduro. “Essa justificativa não está no nosso contrato e nem veio à nossa mão”, frisou Tonin.
A Suinofest em números
Receitas
Empresas – R$ 200.871,00
Executivo – R$ 100 mil
Venda de ingressos – R$ 686.576,86
Total: R$ 987.447,86
Despesas: R$ 648.547,97
Superávit: R$ 338.899,89
Doação: R$ 50 mil para o projeto de monitoramento com câmeras do município
Resultado: R$ 288.899,89
Outros dados:
– 1.780 veículos utilizaram o estacionamento interno do parque. (o espaço era coordenado pelas entidades tradicionalistas GAN Anita Garibaldi, DTG Guardiões do Rio Grande e CTG Giuseppe Garibaldi, com apoio da Brigada Militar). A renda foi de R$ 16.684 revertida para as três entidades e uma porcentagem repassada ao Consepro.
– Visitantes no parque: mais de 32 mil
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br
