Autoridades esportivas lamentam fim da Fundergs

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Autoridades esportivas lamentam fim da Fundergs

Governo quer poupar R$ 2,5 milhões com medida. Esportistas temem enfraquecimento do esporte

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Autoridades esportivas lamentam fim da Fundergs
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Com 30 votos a favor e 23 contra, a Assembleia Legislativa aprovou, na madrugada de terça-feira, o projeto que extingue a Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Fundergs).

Na justificativa, o governo estadual argumenta que a proposta faz parte das medidas de controle de despesas e reorganização dos órgãos públicos. A Fundergs será incorporada pela Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer. Conforme o responsável pela secretaria, Junir Costella, o fim da Fundergs resultará em uma economia anual de R$ 2,5 milhões – custo da folha salarial dos 70 servidores. O secretário garante que o processo “não trará prejuízos ao desporto gaúcho.”

A opinião é contestada por autoridades esportivas regionais e estaduais. Alguns apontam o fim da Fundergs como um “retrocesso”. Possibilidade de não conseguir recursos federais do Ministério do Esporte e enfraquecimento das modalidades esportivas também são citadas.

Sobre a Fundergs

Criada em 2001, a Fundergs organiza competições, elabora editais para financiar projetos esportivos, capta recursos federais e administra o Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete).A entidade funciona com 40% do orçamento proveniente do governo federal, por meio da Lei Pelé.

No Vale do Taquari, a Fundergs liberou recursos para eventos esportivos como os Jogos Germânicos de 2015, de Estrela, o Campeonato de Futebol Intermunicipal de 2014, de Marques de Souza, além de apoiar entidades como a Avates.

Qual a sua opinião sobre a extinção da Fundergs?

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A Fundergs sempre auxiliou na estruturação e fomento das modalidades esportivas no estado. Apesar de ser vendida a ideia de que a entidade será incorporada por outra secretaria, acredito que será um retrocesso para o esporte. Não entendo como diminuir vai ser melhor.  Na Smel, tínhamos a perspectiva de receber recursos pelo Projeto Esporte para Todos, uma academia ao ar livre e uma academia projetada. Entretanto, com o fim da Fundergs, fomos informados que não haverá dinheiro.

Júlio Saldanha, responsável pela Secretaria de Esporte e Lazer de Estrela (Smel) 


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É lamentável. A Fundergs era uma entidade que apoiava o esporte dos municípios do interior e conseguia distribuir bem os recursos, não deixando apenas para a capital. Além disso, tinha um papel importante no desenvolvimento do esporte escolar. Organizava o Campeonato Estudantil do Rio Grande do Sul (Cergs), que dá vaga para competições nacionais. Extinguir a Fundergs é matar as expectativas de quem fomenta o esporte nas escolas ou tem um projeto no interior do estado. É um retrocesso não só para o esporte, mas também para a educação.

Rodrigo Rother, presidente da Associação Vale do Taquari de Esportes (Avates)


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Nos 14 anos em funcionamento, a Fundergs não tirou um real sequer do caixa do Estado e recebeu, por meio dos repasses da Lei Pelé, mais de R$ 47 milhões para desenvolver o esporte gaúcho, além de captar e realizar editais públicos para projetos sociais com outras fontes de recursos. O fim da Fundergs é o maior retrocesso de todos os tempos para o esporte gaúcho. É um golpe na comunidade esportiva que atinge diretamente professores, atletas, pais, alunos, crianças atendidas em projetos sociais e indiretamente toda a sociedade. (trecho retirado de uma publicação de Derly nas redes sociais)

João Derly, deputado federal e ex-campeão mundial de judô

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