Aslivata chega aos 30 anos fortalecida

Ascensão após a queda

Aslivata chega aos 30 anos fortalecida

Depois de quitar as dívidas, entidade transforma a competição em uma das principais do RS

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Aslivata chega aos 30 anos fortalecida

Em meados dos anos 90 e início dos anos 2000, o futebol amador estava em descrédito, mesmo assim, a competição continuou. Em 2007, a segunda divisão foi retomada com as Copas dos Vales.

A terceira e última reportagem sobre a história dos 30 anos da Aslivata começa em 2005. Demonstra como a entidade conseguiu se reerguer e transformar o campeonato em uma das principais competições amadoras gaúchas.

Após dois mandatos, Vianei Hammes, de Venâncio Aires, continuava à frente a entidade, ao lado dele, sempre estava Moacir Montovani. “De tanto encher o saco dele, o convenci para assumir a presidência em 2007. Trocamos de papel, eu fui para vice.” Em 2009, Hammes voltou ao comando da Aslivata, permanecendo até o fim de 2012.

Segundo ele, a maior alegria foi ter conseguido reestruturar o futebol. Assumiu com uma dívida de R$ 31 mil. Quando deixou o cargo, havia R$ 37 mil no caixa. “Durante minha passagem, ninguém vai encontrar um recibo assinado cobrando uma corrida, ou algum almoço. Sempre ajudei de maneira espontânea, voluntária, sem pedir nada em troca.”

Para Hammes, a última década foi memorável para o futebol amador, pois os clubes podiam inscrever atletas de outras regiões e formavam elencos qualificados.

Diante do novo momento, times menores entraram em declínio, obrigando a uma revisão na fórmula do Regional. “Todas as mudanças são difíceis, mas são necessárias para não deixarmos o futebol amador morrer.”

Início do aspirante

Presidente de 2007 a 2009, o empresário Moacir Montovani ajudou a criar a categoria aspirante. “Sugeri esse modelo para incluirmos mais participantes.”

A primeira disputa foi em 2000 e o Rui Barbosa, de Arroio do Meio, foi o campeão. O ex-presidente realça o propósito da competição. “O mais importante para mim foi conhecer lugares e fazer amigos.”

Após o encerramento do mandato, Montovani deixou a diretoria da Aslivata. A decisão foi tomada para dar espaço a novos colaboradores. “O que eu tinha que fazer pela entidade e pelo futebol amador, eu fiz”, pondera.

Sobre um dia retornar à presidência, Montovani é direto: “A gente nunca diz nunca mais, mas no momento não penso nisso.”
Teutônia retorna à copa

Entre os anos 2011 e 2013, o empresário Gilberto Frigo assumiu como mandatário da associação. Junto com o ex-presidente Hammes, esforçou-se para trazer de volta as equipes de Teutônia, que haviam deixado o Regional para participar a Copa Assine.

Onze clubes se afastaram na época. O primeiro ano de mandato ficou marcado pelo início da parceria com o Sicredi. Como efeito da profissionalização, uma massiva participação das equipes. Em 2013, a edição da copa Aslivata teve 42 times inscritos.

Como legado central, a reestruturação da copa, acredita Frigo, mostra que é possível fazer mudanças. Para ele, não basta ser campeão e jogar um futebol bonito se no ano seguinte o clube fechar.

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“Sempre fui muito ligado ao Regional e à Aslivata”

Atual presidente, Volnei Kochhann, esteve na organização desde a formação da entidade. Ele compara as diferenças entre as primeiras competições até o fortalecimento dos torneios de hoje.

Qual a principal mudança do futebol amador de 1985 para hoje?
Kochhann – Eram épocas diferentes, os jogadores eram liberados, mas muitos não recebiam dinheiro. Com o passar do tempo, os times fizeram verdadeiras seleções, buscando atletas de todos os lados, foi quando começou o leilão para buscar o melhor jogador e fazer o melhor time. Hoje, as agremiações não conseguem fazer futebol sem despesa. Outra mudança é que o futebol ficou mais técnico, pois a maioria dos atletas passou por escolinhas, coisa que na década de 80 era rara.

Acreditava que a Aslivata e o Regional teriam todo este sucesso?
Kochhann – Sempre fui muito ligado ao Regional e à Aslivata. Todos as glórias e problemas que a entidade teve ajudoram para que a competição e a instituição amadurecessem e se tornassem o que são. Teve um momento em que achei que o Regional acabaria. Em 2009/10, tivemos 12 agremiações na reunião do campeonato e algumas delas queriam jogar a Copa dos Vales, restando para a Série A duas, três equipes. Felizmente, na definição do certame, 11 times confirmaram participação. Foi o momento que pensei que a coisa estava indo para o buraco.

Como você espera ver o Regional daqui a dez anos?
Kochhann – Acredito que em dez anos conseguiremos manter este nível e melhorá-lo. Pois há muito interesse dos clubes em participar do Regional. Um e outro pode desistir de participar, mas sempre há outros interessados em entrar, como é o caso de equipes de fora dos vales do Rio Pardo e Taquari. Mas só clubes não resolvem. A competição para continuar a ter sucesso e crescer tem que continuar com as parcerias de empresas fortes como a Certel e Sicredi.

Pretende concorrer à reeleição?
Kochhann – Quero terminar primeiro meu mandato que vai até o fim do ano que vem, aí é outro assunto. Daqui a pouco, posso ser deposto, nunca se sabe (risos). Claro, tudo que é bom, funciona bem, tem concorrência, outros candidatos podem aparecer, mas ao mesmo tempo eu posso tentar ir de novo, pois acredito que estou fazendo um bom mandato e a competição está indo bem.

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