Prefeitos detalham demandas e Piratini promete atenção ao Vale

Política

Prefeitos detalham demandas e Piratini promete atenção ao Vale

Gestores municipais se reuniram com Eduardo Leite de forma virtual. Novas orientações e anúncios foram repassados. Chuva volumosa no fim de semana pode causar nova elevação do Taquari, alerta governador

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Prefeitos detalham demandas e Piratini promete atenção ao Vale
Entre as demandas regionais a serem levadas ao Estado, está a reconstrução da ponte sobre o rio Forqueta, na ERS-130 Foto: Mateus Souza
Vale do Taquari

Dezenas de gestores municipais participaram de uma reunião virtual na tarde de ontem com o governador Eduardo Leite. Entre muitos pedidos – alguns deles com extrema urgência -, houve a promessa do Palácio Piratini em prestar todo o apoio às cidades impactadas. Algumas medidas, inclusive, já foram anunciadas.

Num primeiro momento, cada município em estado de calamidade recebe R$ 200 mil, fundo a fundo. São recursos oriundos dos R$ 80 milhões liberados pelo Estado para esta finalidade. “É pouco, mas é um primeiro dinheiro que chega, sem necessidade de qualquer tipo de levantamento. Agora é apurar a extensão de danos em cada um e verificar as maiores urgências”, frisa.

Leite também confirmou o complemento ao valor disponibilizado pela União para o aluguel social às famílias desabrigadas. “Nós vamos aportar R$ 400 e ajudar a encontrar locais adequados para essas moradias, onde houver disponibilidade”. Por fim, garantiu celeridade nos processos
de reconstrução.

A dificuldade, no entanto, esbarra no fato de serem centenas de municípios atingidos em diferentes regiões, enquanto em setembro de 2023 os estragos se concentraram apenas no Vale. “Já determinamos a nossa equipeque tenha medidas excepcionais para o que tiver de contratar, como casas, contêineres e construções rápidas. E o Brasil está sensibilizado conosco”.

Preocupações

Diversos prefeitos se manifestaram durante a reunião virtual. Entre os pedidos que mais chamaram atenção, está o do prefeito de Muçum, Mateus Trojan. O município, que ainda não havia se recuperado da cheia de setembro, novamente está entre os mais atingidos, agora com o agravante dos deslizamentos de terra.

“O cenário aqui é de destruição absoluta. Temos a situação da ERS-129, que é totalmente atrelada ao Estado. A EGR está trabalhando para uma rota alternativa que liga Muçum a Vespasiano Corrêa, o que é essencial para nós. Hoje, o acesso está sendo feito por uma estrada de interior, estreita e perigos”, relata.

Trojan também pediu prioridade na situação da Escola General Souza Doca, que havia sido devastada no ano passado e novamente foi castigada. “É o terceiro evento de inundação em oito meses. Não sei mais o que fazer. Há muitos entraves, o negócio não anda ali. É preciso que agora seja diferente e o Estado seja mais célere”.

Suporte técnico

Em Imigrante, o prefeito Germano Stevens pediu suporte técnico na área de engenharia para a reconstrução de pontes. “Preciso de alguém que possa nos auxiliar com laudos. Eu preciso reconstruir pelo menos oito. Não tenho material suficiente neste sentido”, comentou.

Na mesma linha, Sandro Herrmann pediu atenção à ERS-129, que vai se tornar a principal rota de ligação de Lajeado e Estrela com a região alta enquanto a ponte provisória entre Lajeado e Arroio do Meio não for construída. “Todo o trânsito desses municípios vai passar por dentro de Colinas. Precisamos de uma manutenção permanente desse acesso. Não temos condições de fazer isso”.

Em Putinga, a situação mais alarmante é em relação à Barragem Santa Lúcia, em virtude da possibilidade de chuva volumosa no fim de semana. “Pode haver um risco de rompimento. Preciso ter a visita de alguém com experiência na área para que nos digam se precisaremos evacuar a cidade em uma emergência”, comentou o prefeito Paulo Lima.

Mais chuva

O retorno da instabilidade ao Vale, num primeiro momento, não deve preocupar a região, apesar do risco de ventos fortes, granizo e queda na temperatura. No entanto, serão emitidos alertas por conta das chuvas a partir de sexta-feira até domingo.

“Estão previstos grandes volumes de chuva para a Serra e o norte do RS, com possibilidade de até 300 milímetros. É preciso ter muita cautela no retorno das famílias para as casas. Se chover tudo isso, deve ocorrer uma nova elevação do nível do Rio Taquari”.

Práticas urgentes

Em nota divulgada no fim da tarde de ontem, a Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) pediu a adoção de medidas práticas e urgentes de enfrentamento à calamidade na região. Também frisa que emendas parlamentares, programas habitacionais com regras pré estabelecidas ou recursos setoriais não darão conta do cenário.

“Sem condições técnicas e exauridos das duas capacidades de preenchimento documental e elaboração de relatórios, clamamos aos governos estadual e federal como única e mais adequada forma de auxílio aos municípios, o repasse de recursos, fundo a fundo”, cita a nota, assinada pelo presidente da entidade e prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa.

 

 

 

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