Há 78 anos, Casa Jamile é pioneira na comercialização de tecidos

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Há 78 anos, Casa Jamile é pioneira na comercialização de tecidos

Loja fundada pelos avós de Urubatan e Valquíria iniciou as atividades em 1945

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Há 78 anos, Casa Jamile é pioneira na comercialização de tecidos
Urubatan assumiu a gestão após a morte da mãe e hoje conta com o apoio de Valquíria (Foto: Anderson Lopes)
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“Tem clientes que entram aqui e lembram da Jamile, uma pessoa muito forte e atuante dentro da empresa”. A afirmação é de Urubatan Petrus, 54, filho adotivo da mulher que dá nome ao tradicional estabelecimento familiar, pioneiro na comercialização de tecidos desde 1945. Jamile é tia de Urubatan (irmã do pai) e o adotou ainda bebê, em 1969, quando o pai lhe trouxe de São Paulo para Encantado após o falecimento da mãe biológica. “Os meus avós vieram da Síria e já moravam aqui. Eles eram proprietários da antiga Loja Cometa, que deu origem à Casa Jamile. A loja era a porta de entrada e saída de nossa casa, que ficava nos fundos”, conta.

Com o falecimento de Jamile, em 2012, aos 78 anos, a gestão do espaço localizado na Rua Júlio de Castilhos ficou sob responsabilidade de Urubatan e da prima Valquiria Kuri Nardini. “Foi uma fase difícil de adaptação à nova realidade. Além da perda da mãe, eu tinha recém me separado. Tivemos o suporte fundamental das nossas funcionárias, a Cátia e a Vera”, conta Urubatan, que apesar de conviver com a rotina da loja desde criança, optou pela música como profissão. “Na década de 1980 comecei a participar de festivais e me tornei professor. De 2011 até 2016, resolvi empreender com a primeira loja de instrumentos da região alta. A chegada de novas tecnologias enfraqueceu o mercado e tirou o interesse dos jovens. A minha e várias lojas desse segmento fecharam pelo Estado”, justifica.

Durante 30 anos, Valquíria foi professora em Encantado. Quando se aposentou, em 2020, passou a se dedicar à Casa Jamile. “Não foi fácil. É um ramo totalmente diferente da sala de aula. As colegas do atendimento me ajudaram bastante. Hoje, eu cuido das compras e das vendas. A parte financeira e administrativa é com o Urubatan”, diz. Para ela, a continuidade do negócio é um desafio diário. “Percebemos um interesse maior de pessoas mais jovens pelos tecidos. É o que nos dá esperança de resgatar essa questão da roupa sob medida e exclusiva para a pessoa. Porém, há falta de costureiras”, afirma.

Sobre o futuro, Urubatan é cauteloso, mas acredita na continuidade e na prosperidade da empresa. “Temos uma clientela fiel, de bastante tempo. Nosso produto é quase exclusivo na região. O foco é dar conta das demandas e dos desafios que vão se apresentar”, salienta. Para ele, a pessoa que sonha em empreender com sucesso, precisa ter identificação com o segmento que escolher e conhecer o produto com que vai trabalhar.

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