Chegada do frio aumenta  consultas pediátricas em Lajeado e preocupa autoridades

SAÚDE

Chegada do frio aumenta consultas pediátricas em Lajeado e preocupa autoridades

Rede municipal de saúde registra maior procura por atendimento em relação ao mesmo período do ano passado

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Chegada do frio aumenta  consultas pediátricas em Lajeado e preocupa autoridades
Diana e a filha Anna Dhulia aguardaram atendimento por mais de 5 horas

A queda da temperatura e o aumento da demanda por atendimentos na rede municipal preocupam autoridades de saúde. Nas 20 unidades de Lajeado, entre os dias 1º e 20 de abril, foram 588 consultas pediátricas. São 31 a mais do que no mesmo período de 2021, quando foram registradas 557. Os dados são Secretaria de Saúde de Lajeado.

O médico pediatra João Paulo Weiand afirma que no período de outono e inverno é normal o movimento aumentar. “Estamos no período das doenças de inverno, causadas por vírus respiratórios”, explica.

Porém, o aumento da demanda foi expressivo em abril. O pediatra relaciona aos dois anos de pandemia, em que as crianças ficaram em casa e não tiveram contato com o vírus. “Agora elas estão pegando as síndromes respiratórias e então estamos atendendo a população de 3 anos atrás”, comenta. Ele acredita que o número de casos será bem maior.

Os pacientes mais atingidos são crianças menores de 2 anos e os principais sintomas são coriza, congestão nasal, tosse, espirro, dor de garganta e febre. “A perda de apetite também é muito comum”, salienta.
Weiand diz que as crianças normalmente evoluem bem aos quadros gripais, mas o principal perigo é a evolução para uma infecção. “Nos bebês, a infecção mais comum é a de ouvido e nas crianças maiores, a sinusite.”

Para evitar que as crianças sejam contaminadas, Weiand afirma que o principal cuidado é manter os ambientes arejados e evitar aglomerações.

Maykel e Marina, filhos de Vanessa, estão com sintomas gripais há 3 dias

Cautela ao procurar atendimento

Weiand salienta que um dos primeiros sintomas das síndromes gripais é a febre. Ele afirma que é normal as crianças terem febre e que os pais precisam entender isso. “É preciso evitar a super medicação”, diz. Ele alerta que os pais devem avaliar bem se devem levar as crianças no plantão. “É preciso monitorar nas primeiras 48h e só procurar atendimento se a criança piorar ou se a febre persistir”, comenta.

Atendimentos diferentes

A auxiliar de limpeza Vanessa Mendes, 25, foi ao posto de saúde do Centro para buscar atendimento para os dois filhos: Maykel, 5, e Marina, 2. Ela acredita que o filho pegou o resfriado na creche.

As duas crianças apresentaram sintomas gripais. “Os dois foram avaliados pelo pediatra e receberam remédios”, diz. Ela afirma que foi rapidamente atendida.

O caso de Diana Rodrigues Pinto de Oliveira, 38, foi diferente. Com a filha Anna Dhulia, 4, ela já esperava a 5 horas pelo atendimento e não tinha previsão de quando seria a consulta. “Minha filha estava com febre e eu tive que dar remédio para ela, enquanto esperamos. Isso é um descaso com a gente”, salienta.

Diana lembra que há menos de um mês, precisou de atendimento para o filho caçula, João Miguel, 2. “Fiquei esperando mais de 12 horas na UPA, eu não aguentava mais”. Ela afirma que a unidade estava lotada e a maioria dos atendimentos em espera eram pediátricos. A rede municipal conta com cinco médicos pediatras, além de ter oito pediatras de suporte na Unidade Básica de Saúde Universidade.


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