Quadrilha movimentava cerca de R$ 800 mil por ano, diz polícia

Operação “Godfather”

Quadrilha movimentava cerca de R$ 800 mil por ano, diz polícia

Operação na madrugada de sexta desarticulou organização criminosa com a prisão de 12 pessoas. Na região, grupo atuava em bairros de Lajeado, Bom Retiro do Sul e Venâncio Aires

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Quadrilha movimentava cerca de R$ 800 mil por ano, diz polícia
Ação policial contou com participação de cerca de 150 policiais e 48 viaturas. Na manhã dessa sexta-feira, PC e BM concederam coletiva de imprensa. Foto: Laura Mallmann
Lajeado

Com 10 meses de atuação no Vale do Taquari, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco) deflagrou a maior operação desde a sua criação, nessa sexta-feira, 9. A ação denominada “Godfather” desarticulou uma organização criminosa com presença em Lajeado, Bom Retiro do Sul, Venâncio Aires, Torres e Florianópolis, em Santa Caratina, que praticava crimes de tráfico de drogas, de associação ao tráfico e de posse de armas em larga escala. Durante a ação, um homem e uma mulher foram presos em flagrante e outros dez indivíduos presos preventivamente.

Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em residências e estabelecimentos comerciais, sendo apreendidos cerca de R$ 8 mil em espécie, um veículo, um fuzil calibre 5,56, duas espingardas calibre .12 e .24 e celulares. A maioria dos alvos da operação já possuía antecedentes pelo crime de tráfico de drogas.

Conforme o delegado da Draco e responsável pela operação, Dinarte Marshall Júnior, as investigações iniciaram em março e contaram com apoio das Delegacias de Polícia de Teutônia, Bom Retiro do Sul e Venâncio Aires, para identificação dos alvos e coleta de provas. “Foi realizado um acompanhamento minucioso para identificar o modo de atuação, a origem dos entorpecentes e as formas aquisição e venda na região”, relata.

Em Lajeado, as ações ocorreram nos bairros Carneiros, Conservas e São Cristóvão. Em Bom Retiro do Sul, nos bairros Centro, Alto da Bronze, São João, Getúlio Vargas, Laranjeiras, Goiabeiras e São Francisco. Em Venâncio Aires, no bairro Aviação e em um sítio na área rural.

Modo de atuação

De acordo com as investigações, foi apurado que este grupo era a principal distribuidor de maconha e drogas sintéticas da região. O delegado esclarece que a organização criminosa atuava como uma empresa, que possuía “gerentes” que incentivavam vendas em maior quantidade. “O grupo movimentava cerca de R$ 800 mil por ano. E, também verificamos que o modo de cobrança também era violento”, revela. A organização também utilizava serviços de táxi ou motoboy para o transporte dos entorpecentes.

Durante a investigação foi constatado que o chefe do tráfico na região e o fornecedor das drogas, de Florianópolis, utilizavam movimentação financeira na rede bancária oficial e a aquisição de bens como carros e imóveis, o que caracteriza a lavagem de dinheiro. “O próximo passo da operação é investigar como a quadrilha realizava a reinserção dos valores conquistados de forma ilícita na compra de bens”, explica.

O delegado afirma que a operação foi planejada para enfraquecer a atuação da quadrilha na região e desestabilizar o grupo.

Operação Godfather

A ação contou com 150 policiais e empregou 48 viaturas, sendo 14 delegados e 120 agentes da Polícia Civil, 17 policiais militares, dois Policiais Rodoviários Federais e seis cães farejadores.

Conforme Marshall Júnior, a operação foi intitulada “Godfather”, pois o chefe local da organização criminosa era chamado de “Padrinho” pelos outros traficantes. “Foi provado que o Padrinho é membro do “segundo escalão” de uma associação originada em Porto Alegre com atuação no Vale”, explica.

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