“As medidas de prevenção foram adotadas antes da pandemia”

interdição da BRF

“As medidas de prevenção foram adotadas antes da pandemia”

Gerente de operação da BRF de Lajeado, Fábio Cavasan, participou do programa Pauta do Meio-Dia, da Rádio A Hora 102.9

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Atualizado sábado,
09 de Maio de 2020 às 16:39

“As medidas de prevenção foram adotadas antes da pandemia”
Justiça determinou o fechamento da BRF de Lajeado por 15 dias como prevenção ao contágio da covid-19. Créditos: Aldo César Lopes
Lajeado

O gerente de operação da BRF de Lajeado, Fábio Cavasan, participou do programa Pauta do Meio-Dia, da Rádio A Hora 102.9, deste sábado, dia 9, e esclareceu as medidas adotadas pela empresa para conter o avanço da covid-19.

De acordo com Cavasan, a planta de Lajeado possui o volume de abate de 460 mil aves e cerca de 3,9 mil suínos por dia.

Conforme o gerente de operação, entre as medidas preventivas adotadas pela empresa estão o uso obrigatório de máscaras, distanciamento de funcionários, monitoramento de temperatura corporal de funcionários e terceirizados. “Já monitorávamos também os grupos de risco”, afirma.

Outra medida adotada pela empresa, segundo Cavasan, foi a frequente higienização e sanitização dos ambientes do estabelecimento. “Cuidamos da mesma forma dos veículos que transportam nossos colaboradores”, esclarece.

Tratamento dos funcionários

Conforme Cavasan, se um funcionário apresenta suspeita de coronavírus ele é afastado imediatamente da função com a recomendação de isolamento domiciliar por 14 dias. “Funcionários que tiveram contato com uma pessoa infectada também são afastados”, afirma.

Decisão da Justiça

A decisão da Justiça de suspensão das atividades da BRF por 15 dias foi publicada na manhã de sexta-feira, dia 9, e considera que as medidas adotadas pela empresa no que se refere a prevenção do contágio entre os funcionários é insuficiente para garantir a saúde das pessoas.

No despacho, a juíza Carmen Barghouti pondera que no mês passado, mais de 26% dos atendimentos de suspeitos de covid-19 no Hospital Bruno Born (HBB) foram de funcionários da empresa.

A partir da inspeção de fiscais sanitários nessa terça-feira, a juíza conclui que o estabelecimento apresenta grande risco de transmissão da doença entre os trabalhadores e para a comunidade em geral.

Conforme a magistrada, as medidas tomadas pela empresa foram insuficientes apesar de cumprirem o Termo de Ajustamento de Conduta assinado junto ao Ministério Público do Trabalho. Devido a isso, a juíza exige a interdição imediata das atividades na indústria.

Confira a nota oficial emitida pela BRF

A BRF informa que irá recorrer da sentença concedida pela Vara Civil de Lajeado, que determina a paralisação de suas atividades por 15 dias na cidade. A Companhia vê com extrema preocupação esta decisão, uma vez que está cumprindo todas as medidas protetivas e protocolos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde, especialistas e autoridades para garantir a saúde e segurança de seus colaboradores.

A empresa reforça que assumiu proativamente um compromisso junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em abril, em nível nacional, que endossa práticas de proteção aos seus colaboradores que já vinham sendo adotadas desde o início da pandemia com a orientação do infectologista Ésper Kallas da Universidade de São Paulo. A Companhia contratou ainda o Hospital Israelita Albert Einstein, cujo corpo clínico esteve na unidade de Lajeado e confirmou a aptidão do ambiente da fábrica a partir de todas as iniciativas já implementadas e em andamento, tais como o uso obrigatório de máscaras, distanciamento mínimo entre funcionários, medição de temperatura nas entradas das unidades, limite de 50% da capacidade de trabalhadores nos veículos fretados, afastamento de colaboradores do grupo de risco e casos suspeitos, busca ativa de potencial contaminação, reforço de higienização em diversas áreas e nos veículos de transporte, aplicação de testes para diagnóstico da Covid-19, vacinação contra gripe e atendimento médico 24 horas sete dias por semana.

A Companhia tem mantido ainda uma interação muito próxima e frequente com diversos níveis de autoridades, bem como com o sindicato dos trabalhadores local e a Prefeitura da cidade, com o intuito de propor e discutir soluções que assegurem a saúde e a integridade física de seus colaboradores.

A empresa destaca que o setor de produção de alimentos é essencial e, por esse motivo, não poupa esforços para manter seu compromisso com a saúde e segurança dos colaboradores, da cadeia produtiva e com o abastecimento à população.

Confira a entrevista na íntegra:

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