“Não levei a sério e contraí o vírus”

Pandemia

“Não levei a sério e contraí o vírus”

Estudante de Taquari completa seis dias em isolamento hospitalar em Dublin, na Irlanda. Com sintomas perdendo força, ela aguarda resultado de novo exame

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“Não levei a sério e contraí o vírus”
Estudante de Taquari está em intercâmbio em Dublin faz sete meses
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Isadora Coutinho não estava muito preocupada com o coronavírus. Faz sete meses, ela mora em Dublin, Irlanda, onde estuda inglês por meio de um intercâmbio.
Na segunda-feira, 9, ela acordou sentindo febre e dor no corpo. Após alguns dias sentindo fortes sintomas, Isadora entrou em contato com a rede de saúde local. Foi até um hospital e fez o teste, que deu positivo para covid-19.
“Eu não estava levando nenhum pouco a sério. Por isso que eu recomendo que as pessoas levem mais a sério. É importante não ir para lugares fechados, como eu fiz. Não levei a sério e acabei contraindo o vírus”, diz.
Ela acredita que tenha sido infectada no domingo, quando foi a uma festa de despedida de uma amiga, em uma boate. A amiga também teve confirmação do vírus.
Nas ruas de Dublin, a circulação de pessoas é quase inexistente, relata. Os supermercados são alguns dos poucos estabelecimento que permanecem abertos. O público pode entrar em pequenos grupos. O governo determinou também o fechamento dos sete mil pubs na ilha até o fim do mês.

“Parecia coisa de filme”
Desde a sexta-feira passada, 13, ela está em isolamento em um hospital de Dublin. Como ela mora com outras quatro pessoas, não é recomendado que o isolamento seja feito em casa.
“Me levaram para uma área de isolamento que fizeram no hospital, longe de tudo. Parecia coisa de filme”, descreve.
Isadora ainda não sabe como ficará o custo de internação no hospital, mas acredita que, em função da pandemia, o governo local vai arcar assumir  o pagamento dos casos de coronavírus. “A gente é privilegiado no Brasil com o SUS, querendo ou não. Aqui, muitas coisas são pagas”, diz.

Evolução dos sintomas
Na segunda-feira, apareceram os primeiros sintomas: dores no corpo, início de tosse, um pouco de coriza. Parecia uma gripe.
Na terça, Isadora acordou com muita dor no corpo e início de febre. À noite, a febre chegava próximo dos 39ºC. “Eu suava horrores. Acho que suei umas três vezes, de molhar as cobertas. Cheguei a delirar”, descreve.
Na quarta-feira, os sintomas permaneceram intensos. Na quinta, ela procurou o sistema de saúde e fez o teste. O resultado positivo saiu no dia seguinte. A internação foi imediata.

Auxílio a trabalhadores informais
O governo irlandês anunciou o pagamento de uma licença de 305 euros (R$ 1,6 mil) por semana para trabalhadores em quarentena em função do vírus. A medida inclui trabalhadores autônomos.
É o caso de Isadora, que trabalhava na limpeza de um escritório, e de diversos estudantes, muitos deles, estrangeiros. A medida representa um investimento de 2,4 bilhões de euros (R$ 13 bilhões).

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