Questão de  saúde pública

Editorial

Questão de saúde pública

Pesquisa recente do Ministério da Saúde demonstra que quase 20% da população sofre com a obesidade. De 2006 a 2018, a quantidade de obesos no país cresceu cerca de 67%. O assunto foi tema de reportagem veiculada na edição de…

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Pesquisa recente do Ministério da Saúde demonstra que quase 20% da população sofre com a obesidade. De 2006 a 2018, a quantidade de obesos no país cresceu cerca de 67%. O assunto foi tema de reportagem veiculada na edição de ontem.
Em nível global, estimativas apontam que cerca de 30% da população mundial sofre com doenças relacionadas ao excesso de peso. Em suma, a obesidade é uma das principais patologias do século, junto com a depressão e o câncer.
Em manifestação recente, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José
Graziano da Silva, fez um apelo por medidas mais duras para combater a “pandemia global da obesidade”, pedindo o uso de políticas fiscais e legais concretas para promover dietas mais saudáveis.
O problema consiste em um fenômeno comportamental também ligado à imersão tecnológica. De forma geral, a sociedade mudou os seus hábitos. Com os aparelhos eletrônicos, alteraram o ritmo de sono, passaram a fazer menos exercícios e a preferir alimentos rápidos e industrializados. Tudo isso interfere na saúde da população.
Algumas décadas atrás, por exemplo, as crianças eram mais ativas. As brincadeiras eram outras, eram na rua. Hoje, o avanço tecnológico interfere nos hábitos dos mais jovens. Os jogos eletrônicos substituíram o passeio de bicicleta, o pega-pega com os amigos de vizinhança.
A imersão tecnológica também interfere na saúde dos adultos. O mundo do trabalho mudou drasticamente. As máquinas substituem a força braçal humana. Cada vez se exige menos esforço físico.
No campo individual, abre-se a necessidade de se repensar algumas atitudes. Para o contexto social, a saúde pública implanta atividades específicas para atender essa demanda crescente. O trabalho nos postos precisa ir além. Não basta tratar os pacientes quando já desenvolveram as doenças ligadas à obesidade. Começa pela conscientização e pelo acompanhamento prévio.
Alterar esse quadro implica em sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde. É necessário intensificar a produção sustentável, garantir a oferta, a diversidade e o acesso.

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