“O jornal de hoje será o livro  de história de amanhã”

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“O jornal de hoje será o livro de história de amanhã”

Leônidas Erthal, 76, é professor, concluiu quatro faculdades, deu aula no Estrela da Manhã, Castelinho, entre outros. Antes disso, é um guardador. Aposentado, faz parte de um grupo de pesquisadores que, cada um a seu modo, se dedicam à preservação…

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“O jornal de hoje será o livro  de história de amanhã”
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Leônidas Erthal, 76, é professor, concluiu quatro faculdades, deu aula no Estrela da Manhã, Castelinho, entre outros. Antes disso, é um guardador. Aposentado, faz parte de um grupo de pesquisadores que, cada um a seu modo, se dedicam à preservação da história do município da Estrela

Como surgiu sua dedicação em guardar documentos históricos?
Eu sempre fui um curioso. Isso é uma coisa que veio inata, de guardar a memória. A parte debaixo da minha casa virou depósito, mas esse não é o objetivo. Nosso objetivo é ter em Estrela um arquivo público. Todos nós temos em casa nossos documentos e temos onde guardar. Estrela não tem este lugar. E os documentos de 50, 60, 100 anos, onde estão? Nós temos alguma coisa guardada, mas isso não é nosso, isso pertence ao público. Eu sou um guardador. Mas e depois?
Como você se tornou professor?
Na minha vida sempre pensei: vou me dedicar a ser professor da turma da minha localidade. Não adiantava eu procurar altos títulos e doutorados. Sempre procurei me especializar no que os meus alunos precisavam. Me formei na escola Estrela da Manhã como professor rural e continuei lá como professor. Sempre estudando.
O foco da sua pesquisa é a história de Estrela?
Eu tenho mais material da Paróquia Santo Antônio, porque ali o lixo foi mais generoso comigo. Eu descobri e fui guardando. Mas não sou o único em Estrela que faz isso. Tenho os documentos desde a fundação da Paróquia, em abril de 1873. Tem muita coisa que eu não entendo, porque eu estudei latim, mas não para tanto.
Qual a importância da preservação da memória para o futuro de uma comunidade?
Os povos desenvolvidos são desenvolvidos pelo ato de preservar a memória. Nós estamos devendo muito neste sentido. Eu acredito piamente que quem guarda a história dos seus antepassados tem muito mais chance de acertar as coisas para a vida.
O senhor utilizava jornais nas aulas de história, era uma forma de atrair os alunos?
No início da aula, nós falávamos sobre as notícias do dia. Na época não era muito bem visto. Queriam que a gente ficasse só no conteúdo específico, que não viajasse muito. Mas eu não conseguia. Os que não pesquisavam ficavam sabendo na aula o que estava acontecendo em Estrela, no estado e no mundo. Eu dizia para eles: o jornal de hoje será o livro de História de amanhã.
 

MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br

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