Um parque em longo prazo

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Um parque em longo prazo

Por

A cidade portuguesa de Oeiras desponta como um dos principais destinos de grandes empresas na Europa. O índice de qualidade de vida está entre os mais altos do velho continente. É óbvio. Pois só onde há boa renda e bons empregos é que existe boa segurança, educação, lazer e saúde para o cidadão. Lá, boa parte deste progresso se deve aos parques tecnológicos. Já por aqui, ainda não entendemos a importância desses espaços.
Tive o prazer de visitar Oeiras em 2018, durante a produção do anuário Tudo, para o jornal A Hora. Fui recebido pelo diretor da incubadora do Taguspark, um dos quatro parques tecnológicos – o único que é público – instalados na cidade litorânea, que fica a poucos quilômetros da capital dos portugueses, a belíssima cosmopolita Lisboa.
Nossa conversa foi breve. Não durou mais de duas horas. E nesses quase 120 minutos o que mais ouvi foi o conceito de “longo prazo”. É assim que os portugueses enxergam seus parques tecnológicos. Como projetos não tão breves de construção de uma cidade próspera. E é assim que devemos passar a enxergar os nossos parques tecnológicos. Em especial, o Tecnovates, instalado aqui mesmo em Lajeado.
Dias atrás, ouvi de uma das diretoras do Tecnovates sobre o conceito torto que muitos brasileiros têm desses espaços de inovação. “São pontos com aluguel baixo”. Assim, de forma ingênua, que a maioria das pessoas neste país tão carente de inovações ainda enxerga estes espaços criados para o desenvolvimento de novas ideias, produtos, empresas, negócios, renda e emprego. É tragicômico.
Não é de hoje que a inovação se tornou uma palavra-chave no mercado, considerado o grande diferencial competitivo para as empresas e, obviamente, sinônimo de desenvolvimento e novas soluções práticas para a sociedade. E é justamente para alimentar esse pensamento e acelerar as novas ideias que servem os parques tecnológicos.
São espaços únicos onde se aplica verdadeiramente a metáfora da tríplice hélice. Reúnem, em um mesmo ambiente de negócios, pesquisas e debates, as mais diversas empresas, universidade e poder público em torno de um só objetivo: promover a cultura da inovação em uma determinada região, trazendo renda e qualidade de vida para quem vive nessa.
O Tecnovates ainda não recebe o carinho necessário de quem, cedo ou tarde, será o grande beneficiado por este modelo de aceleração do crescimento. Boa parte da sociedade ainda olha com desdém para este importante espaço, por muito tempo deslembrado em um canto do campus da nossa única e verdadeira Universidade do Vale do Taquari, a Univates.
A abertura de um novo e exclusivo acesso ao nosso parque tecnológico, e a consolidação – mesmo em longo prazo – da Rota de Inovação serão cruciais para a consolidação de Lajeado como polo de desenvolvimento, emprego, tecnologia, renda e qualidade de vida na América do Sul. Podem apostar!
 
Selo de Inovação
A tecnologia avança em Lajeado. A próxima proposta a ser debatida é a criação de um “Selo de Inovação” para as empresas que atenderem determinados critérios. Outro avanço veio ontem, após reunião de agentes do Pro_Move com o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Luís Lamb. Satisfeito com o movimento lajeadense, ele propõe a criação de uma “Regional de Inovação” no Vale do Taquari. Em todo o Estado, serão 10 regionais.
 
Ítalo Reali deixa o governo
Um dos principais testas de ferro do governo de Marcelo Caumo está de saída. O empresário Ítalo Reali deve deixar o Executivo no fim do mês. Chamado para ser um dos principais assessores do Gabinete, Reali vem atuando no debate de diversas pautas e intermediando conversas entre o prefeito e os 15 vereadores. Há quem diga que ele literalmente está de “saco cheio” de algumas picuinhas. Eu não duvido disto. E o compreendo.
 
Tiro Curto
O radialista Rodrigo Conte deve assumir a presidência do PSB na região. Atualmente, o cargo é ocupado por David Orling;
– Hoje o governo de Arroio do Meio entrega a reestruturada Secretaria de Obras;
– Na manhã de hoje, representantes da Acil e da CDL debatem sobre o projeto de lei do transporte público municipal na reunião das comissões internas da câmara de Lajeado. Nada contra os presentes de hoje, que nada têm a ver com a demora. Mas este debate específico está ficando longo demais;
– O projeto Criança Dália auxiliou na reforma de sala na Apae de Estrela. Já a Languiru e o Clube Esportivo Lajeadense doaram mais de 300 litros de leite para a Apae de Lajeado. São bons exemplos que precisam se multiplicar;
– Em Encantado, a secretária de Educação Greicy Weschenfelder desmarcou, outra vez, a visita agendada com os vereadores. Pegou mal. De novo;
– A Prefeitura de Estrela andou apagando comentários na página oficial no Facebook. O post era sobre a possível instalação de um “Cachorródromo”, estrutura muito comum em grandes cidades. A população estrelense estranhou;
– Ainda sobre Estrela, o A Hora publica na edição de sábado uma interessante pesquisa realizada e paga pelo governo municipal em março. Vale a pena a leitura.
Boa quinta-feira a todos!

“Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo.”
Albert Camus

Acompanhe
nossas
redes sociais