Uma conta que não fecha

Editorial

Uma conta que não fecha

O consumidor sente no dia a dia o peso das contas no bolso. Aumentam produtos básicos, combustíveis, passando por alimentos, o gás de cozinha e a energia elétrica. Apesar desse cenário, a estimativa da inflação para o ano fica em…

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O consumidor sente no dia a dia o peso das contas no bolso. Aumentam produtos básicos, combustíveis, passando por alimentos, o gás de cozinha e a energia elétrica. Apesar desse cenário, a estimativa da inflação para o ano fica em 4%. Por mais que haja explicações técnicas para esse percentual, no cotidiano a vida está mais cara. E vai ficar mais.
Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou reajuste de 45,5% na receita anual para geração de energia em 69 usinas hidrelétricas que atuam no regime de cotas. Isso significa um aumento médio de 1,5% nas contas para a população.
Em abril, a mesma agência permitiu um aumento de 20% na tarifa pelo consumo de energia elétrica tanto residencial quanto industrial. Tal decisão elevou as dificuldades para as famílias e por consequência na economia. Com menos poder de compra, o impacto alcança o comércio e os serviços.
Na indústria, trôpega pelos anos de recessão, as empresas arcam com um custo extra de 25% nas contas de luz. Mais uma vez, o repasse de acréscimo está com os consumidores. De 2014 para cá, a tarifa de energia mais do que duplicou. Em meio aos aumentos, uma inflação baixa parece distante da realidade.
Na somatória de elevações nos preços, com as políticas econômicas desastradas, a queda da atividade produtiva e o consequente avanço do desemprego, a cada dia, mais famílias entram na lista de devedores. Após anos de aumento no consumo, de facilidades no crédito para compras de bens duráveis e do otimismo com o que parecia ser o patamar do pleno emprego, a nação voltou a viver em um cenário de inflação e de instabilidade financeira. Pela análise do SPC Brasil, mais de 62 milhões de pessoas no país estão endividadas.
O custo de vida e a renda média do trabalhador estão fora de sintonia. Dos 150 países em desenvolvimento, conforme dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil é um dos poucos onde os gastos para necessidades básicas superam o custo nos EUA. Significa que o país é o mais caro em dólares do que todo o mundo emergente.
Em resumo, como o comportamento individual e da política econômica andam lado a lado, é fundamental aliar estabilidade nos preços e garantia de emprego, pois as dívidas estão tanto nas famílias quanto para o exercício governamental.

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