A comunidade de Três Saltos Alto tem uma depressão esculpida por milênios por onde passa um arroio sem nome. Lá estão localizadas as cachoeiras que serviram para denominar as localidades. “São três quedas que estão muito próxima uma da outra. Por isso, o nome Três Saltos”, reforça Noêmia Meyer, 88, filha de um dos colonizadores do local.
A primeira cascata fica 500 metros aos fundos do campo de futebol. Outras duas quedas d’água estão localizadas nas terras da família Sandri. Ambas têm mais de 15 metros e atraem turistas nos meses mais quentes. “É um lugar bom para acampar, pescar e tomar banho”, relata o morador Marino Bettio, 57.
No caminho sinuoso até o local, é possível ver ruínas de um antigo moinho. Ele foi inaugurado por Albino Sandri em 1933 e funcionou por cerca de 60 anos moendo milho e trigo e beneficiando arroz.
Conforme o livro Meu Pé de Louro, escrito por Arlindo Sandri, a colonização da parte alta de Três Saltos iniciou com a chegada do primeiro imigrante, Pedro Rempel, no começo do século XX.
Outras famílias alemãs (Finger, Rockenbach, Walerius, Levelain, Malmann, Mitang, Fritzen e Rech) foram se estabelecendo com o passar dos anos. Após, chegaram as primeiras italianas, Bettio e Boni. Da década de 30, elas construíram uma igreja católica com a ajuda do engenheiro Olímpio della Barba. Devido a rachaduras, a estrutura teve de ser demolida e reconstruída na década de 1970.
Em 1941, foi inaugurada a escola Tiradentes, que chegou a ter mais de cem estudantes. Entretanto, devido à diminuição do número de jovens, ela foi desativada há duas décadas. Hoje a estrutura está abandonada.
Nas proximidades, estão o salão comunitário e a igreja abençoada pela Sagrada Família. No salão, ocorrem as tradicionais festas do Dia das Mães (segundo domingo de maio) e Dia das Crianças (segundo domingo de outubro).
A comunidade tem cerca de cem moradores. O presidente Agenor Bettio destaca as belezas naturais como um dos atrativos de Três Saltos Alto.”Já saí daqui para morar na cidade grande. Mas no fim sempre volto.”
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Três Saltos Baixo
Os primeiros imigrantes de Três Saltos Baixo teriam chegado à localidade por volta de 1880. Eram as famílias de João Rodrigues, Leopoldo Wenderer, Reinoldo Steffer e Leopardo Fucks – todas evangélicas.
Na década de 1940, a comunidade vivia o auge com três salões de baile, dois armazéns, um moinho, duas ferrarias, um açougue, duas selarias, uma sapataria e uma cervejaria. Desses estabelecimentos, apenas um mercado ainda funciona (o único de todas as comunidades de Três Saltos).
Ele é gerenciado por Solange Rockenbach e completará 50 anos no dia 1° de outubro. Solange vende de tudo, de alimentos a roupas. “Mercado de interior tem que ser assim para manter os clientes”.
Três Saltos Baixo tem hoje cerca de 200 moradores e fica entre Picada Felipe Essig e São João. Uma das preocupações do presidente Volmir Deicke, 37, é quanto ao envelhecimento da população. “A maioria dos que permanecem aqui têm mais idade. Fazemos uma média de cinco funerais por ano.”
Um dos pontos de encontro de Três Saltos Baixo é a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECBL). Nos anos 2000, ela foi reformada com recursos dos próprios moradores.
Os bailes de Berb, a Festa do Fumo e os encontros de corais são eventos que agitam a localidade, conforme o site Um lugar no Vale.
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Três Saltos Médio
De origem portuguesa, as primeiras famílias de Três Saltos Médio foram de Daniel, Lopes e Quintana. Em seguida, se estabeleceram as de sobrenome Kich, Heineck, Bertol, Silva e Gonçalves.
A comunidade é a menor com cerca de 18 moradores e sem estabelecimento comercial ou igreja. A única escola foi fechada há mais de 20 anos, como relata o morador Albino Relly, 83. “Desativaram ela com menos de cinco alunos,” relembra.
A área foi doada aos moradores. Hoje, serve como ponto de encontro para jogos de carta, bocha e futebol.
