Grito da Terra Brasil mobiliza agricultores

Estado

Grito da Terra Brasil mobiliza agricultores

Movimento cobra manutenção de direitos previdenciários e políticas para jovens

Por

Grito da Terra Brasil mobiliza agricultores
Estado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Cerca de três mil agricultores familiares protestam em Porto Alegre, nesta terça-feira, 31. O ato faz parte da 22ª edição do Grito da Terra Brasil. Com o lema “Para nossa permanência no meio rural: terra, saúde, educação e Previdência Social”, o movimento é organizado pela Fetag em parceria com 23 Regionais Sindicais da Federação, que englobam 350 Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e suas extensões de base.

Conforme o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, as reivindicações se concentrarão em cinco secretarias: Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi); Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR); Meio Ambiente (Sema), Saúde e Educação.

Entre as principais demandas a serem defendidas durante a marcha, está a manutenção dos direitos previdenciários nas regras atuais para a classe, em que a agricultora se aposenta aos 55 anos e o agricultor, aos 60. “Não permitiremos mudanças. O agricultor começa a trabalhar aos 16 anos e só tem direito ao salário após mais de 40 anos de contribuição, sem falar que sua jornada diária passa de 15 horas.”

Os altos índices de êxodo rural preocupam. No Vale do Taquari, pesquisa indica que 24% das propriedades estão sem sucessores. No estado, esse número avança para 102 mil. Entre os motivos que influenciam a ida dos jovens para os centros urbanos, está a falta a de itens fundamentais da vida moderna, como internet e sinal de telefonia, diz Silva. “Não se trata de um conforto, mas sim de uma necessidade básica para conseguir aumentar a renda e a qualidade de vida no interior.”

A crise vivenciada pelos hospitais em muitas cidades gaúchas será destacada. O movimento sindical cobra a regularização dos repasses para manter o atendimento e evitar a falência das casas de saúde. “Muitos colonos precisam pagar para conseguir o seu tratamento.”

De acordo com Silva, a agricultura familiar produz 70% dos alimentos consumidos no país. No RS, é praticada em 376 mil propriedades, responsável por 40% do PIB. “A cidade depende do campo. Um não vive sem o outro.”

É a receita da maioria dos municípios”

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lajeado, Lauro Baum, a maior preocupação dos agricultores é quanto às alterações na aposentadoria rural, direito adquirido pela Constituição em 1988.

Conforme ele, na maioria dos municípios, a economia é mantida com a receita gerada pela aposentadoria dos agricultores. “Esse dinheiro mantém o comércio e demais setores. Mudar isso seria drástico.”

Outra preocupação é com a idade avançada dos trabalhadores, estimada em mais de 50 anos. Cobra políticas para mudar esse cenário e influenciar os jovens a se manter ou até retornar ao campo.

A Regional Sindical do Vale do Taquari, representada por 19 sindicatos presentes em 27 cidades, reunirá em torno de 300 agricultores em lotações para participar da marcha na capital.

Acompanhe
nossas
redes sociais