Economia com o brilho do sol

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Economia com o brilho do sol

Propriedades diminuem custo e melhoram a assepsia das vacas com água aquecida por coletores solares. Modelos custam entre R$ 150 e R$ 30 mil. Além de ambientalmente corretos, ajudam a reduzir a conta de luz no fim do mês.

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Economia com o brilho do sol
Arroio do Meio

Propriedades leiteiras investem em aquecedores solares para ter água quente nas salas de ordenha. Ainda são poucas, mas revelam uma tendência, uma vez que tecnologia reduz os gastos com luz.

Além disso, ela é ecologicamente correta. “Instalamos os painéis solares há uns quatro anos. Economizamos R$ 150 por mês. É uma energia limpa e gratuita, basta captar”, comenta Lucas Alves, de Arroio do Meio.

A família foi uma das pioneiras a aquecer a água com a luz do sol e usá-la nos equipamentos de higienização. Instalado em cima da sala de ordenha, o reservatório térmico – com capacidade para 200 litros de água – e os painéis solares compõem um cenário cada vez mais comum tanto na cidade como no interior.

Hoje, apenas 500 imóveis no Brasil utilizam o sistema de captação solar. Mesmo com o pequeno número de adeptos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que o país terá 700 mil residências produzindo a energia que consomem até 2024.

Com o aumento de 70% na conta de energia, outro conjunto de painéis foi instalado no telhado da casa. “Usamos no chuveiro, na cozinha. O fogão a gás quase não é usado.”

Antes do sistema, a água para higienizar os equipamentos da ordenha, duas vezes por semana, era aquecida com energia elétrica ou gás de cozinha.

Conforme Alves, a capacidade de aquecimento é de até 80ºC. “O equipamento tem um termostato que desliga quando a água atinge a temperatura desejada. Não pode subir mais, pois prejudica a vaca.”

Detalhe: na ausência do sol, a energia elétrica é ligada automaticamente para que a água aquecida alcance a temperatura ideal.

Potencial sem limites

O empresário Roberto Ammes, de Arroio do Meio, destaca que o potencial brasileiro da energia do sol não tem limites. Entre as vantagens de instalar sistema de energia térmica (água quente), cita a economia de energia elétrica entre 35% e 45% ao mês, conforto e pouca manutenção em comparação com aquecedores a gás.

A instalação é feita em residências, salas de ordenha para limpeza dos equipamentos, refeitórios, vestiários e também piscinas. “O desconforto da água gelada é eliminado, mesmo após a época ideal para se tomar banho. Podemos aproveitar ela inclusive à noite, depois do serviço.”

Entre os modelos, cita o sistema solar elétrico fotovoltaico, tendência mundial, integrado à rede onde cliente pode reduzir a conta pagando somente a taxa básica, gerando créditos para uso nos meses de maior consumo. O investimento é maior, mas o retorno financeiro é um dos destaques.

Aquecedor de garrafa PET

A Epagri de Santa Catarina monta aquecedores utilizando canos de PVC, garrafas PET transparentes de refrigerantes de dois litros e caixas de leite. Conforme o extensionista Vilmar Henkemaier, do município de Rio Rufino, as garrafas PETs envolvem canos PVC e caixas de leite pintadas de preto para absorver o calor solar e aquecer a água que passa pelo sistema, sai da caixa em temperatura ambiente que lentamente se eleva, retornando para a caixa para ser distribuída para chuveiro, pia ou sala de ordenha. “Além de reduzir custos com energia elétrica, ajuda a natureza com o destino correto das embalagens.”

Para cada aquecedor solar, foram utilizados 300 litros de garrafas PET e 300 caixas de leite. A temperatura chega aos 42ºC. O custo médio de instalação é de R$ 150 por aquecedor. O sistema permite uma economia mensal de até 25% na conta de luz.

Mais informações

• A área onde serão instalados os painéis precisa receber sol mais que quatro horas por dia.
• Contate um engenheiro para analisar a viabilidade.
• O valor investido demora oito anos para ser ressarcido.
• Não há seguro para o equipamento – caso algum item estrague, a empresa que fornece a energia elétrica não se responsabiliza pelo conserto.

Como funciona

• A radiação solar “bate” nos painéis solares colocados no telhado de casas ou condomínios. Eles são compostos por células fotovoltaicas, que absorvem a energia do sol e fazem a corrente elétrica circular entre duas camadas com cargas opostas.

• Os painéis “sugam” partículas de energia solar e as transformam em elétrons com a ajuda do equipamento inversor.  Ele transforma a energia em eletricidade para ser utilizada em diversos fins, como acender uma lâmpada, ligar a televisão ou o ar-condicionado.

• Com o uso de dois aparelhos, é possível medir o consumo da residência e a geração de energia.

• O que sobra de energia gerada pode ser colocado na rede elétrica de abastecimento.

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