Situação questiona gasto com TV Câmara

Lajeado

Situação questiona gasto com TV Câmara

Parlamentares governistas criticam acordo firmado em 2015 por Carlos Ranzi (PMDB)

Por

Situação questiona gasto com TV Câmara

O contrato de três anos firmado entre agência de publicidade terceirizada e uma produtora de vídeo gera polêmica entre os vereadores de situação e oposição.

O acordo assinado em setembro de 2015 pelo ex-presidente Carlos Ranzi foi firmado sem processo licitatório, diferente de outros legislativos do estado.

Ernani Teixeira (PTB), suplente de vereador que deixou a cadeira para que a ex-secretária de Educação, Eloede Conzatti (PT), voltasse ao plenário, já havia reclamado do contrato. Há duas sessões, ele criticou o valor mensal acima de R$ 4 mil e o fato de o atual presidente não ter condições de romper.

Na sessão dessa terça-feira, foi a vez de Sérgio Kniphoff (PT) alertar para o que ele considera excesso de gastos. Segundo ele, além do contrato valer para três exercícios, inclusive da próxima legislatura, o fato de o gerente da empresa contratada ser filiado ao PMDB é outro ponto controverso.

O contrato firmado por Ranzi recebeu aval da assessoria jurídica da câmara de vereadores e também da administração municipal. Essa última, representada pelo advogado e procurador do município, Juliano Heisler. Segundo o parecer, assinado em 9 de outubro de 2015, o Legislativo consta como “anuente” ou “co-responsável” no acordo.

Isso porque o contrato foi assinado com a empresa Happynet Propaganda, responsável pelos acordos de publicidade firmados pelos poderes Executivo e Legislativo. É ela quem assinou contrato com a produtora de vídeo, sendo também a responsável pelo intermédio nos repasses de valores.

Dispensa de licitação

Diferente de outros municípios, como Novo Hamburgo, Bagé, Passo Fundo e Uruguaiana, o Legislativo lajeadense optou por não fazer licitação. Segundo a assessoria de Ranzi, isso gerou economia.

Cita o contrato licitado em Passo Fundo, onde a transmissão das sessões custará R$ 49,8 mil. Pelo parecer assinado por Heisler, sequer foi necessário processo administrativo para a “dispensa de licitação” pelo fato de a contratação estar “sob abrigo” do acordo firmado com a agência Happynet. O advogado cobrou, apenas, que fossem apresentados três orçamentos, o que foi realizado pelo então presidente.

Canal 16 da Net Lajeado

Pelo contrato, as quatro sessões ordinárias realizadas às terças-feiras são transmitidas na íntegra pelo canal 16 da Net Lajeado. Dois cinegrafistas atuam em todos os encontros dos vereadores. O acordo prevê a possibilidade de transmissão de até duas sessões extraordinárias por mês. As negociações teriam sido realizadas também com a presença do atual presidente.

Gerente da produtora, Ismael Salvatori diz que está cumprindo o contrato e que investirá mais de R$ 50 mil – de recursos próprios — na instalação de equipamentos para as transmissões, além de custear a multa contratual da prestadora anterior. “Por isso são três anos de contrato. É preciso segurança para investir.” Por fim, afirma que pediu desfiliação do PMDB antes de firmar o acordo.

Acompanhe
nossas
redes sociais