Quatro pacientes do Hospital Estrela foram vítimas de tentativa de estelionato. Os casos ocorreram na quinta-feira, 21, e têm características semelhantes aos registrados em 2015 e 2014 por pacientes do Hospital Bruno Born, de Lajeado.
De acordo com o delegado José Romaci Reis, os crimes chamam a atenção pela recorrência. “É um golpe costumeiro, mas as pessoas continuam caindo”, afirma. Segundo ele, o falsário liga para familiares de pacientes do SUS pedindo valores para a realização de exames urgentes.
Conforme Reis, os golpistas cobram R$ 1,5 mil para a realização dos procedimentos, geralmente tomografias, usando o argumento de que o aparelho do SUS está fora de funcionamento. “Tentam convencer as vítimas de que o paciente corre risco de morrer se não fizer o exame com urgência.”
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Segundo o delegado, as pessoas precisam ficar atentas para casos semelhantes. Ele lembra que os procedimentos realizados pelo SUS são totalmente gratuitos. “Mesmo no caso de pacientes particulares, o contato é feito sempre pelo médico responsável.”
A polícia investiga a forma como os golpistas conseguem informações sobre o quadro clínico das vítimas e os telefones de familiares. Apesar das tentativas, nenhuma pessoa depositou os valores cobrados.
Tentativa no HBB
O Hospital Bruno Born enviou alerta sobre golpe semelhante em Lajeado em agosto do ano passado e também em setembro de 2014. Conforme a instituição, os estelionatários ligavam para o hospital se passando por médicos da Central de Regulações de Leitos da UTI do Estado e pediam informações sobre os pacientes. Como o procedimento faz parte da rotina da Central, a solicitação não levantou suspeitas.
De posse do nome, idade e telefone dos pacientes, o criminoso contatou familiares, dizendo ser médico do HBB e estar em plantão. Assim como nos casos de Estrela, o falsário inventava a necessidade de um exame de urgência e dizia que o aparelho do SUS estava estragado. Em seguida, dizia que seria utilizada uma máquina particular, ao custo de R$ 1,5 mil. Segundo o hospital, apesar das tentativas, nenhuma pessoa foi vítima do golpe.
Na PC de Lajeado, não há registro recente de estelionato ou tentativa de estelionato cometido dessa forma. A polícia pede que todos os casos sejam registrados, mesmo quando o golpe não é efetivado. Conforme a corporação, o registro é necessário para o trabalho de investigação, que pode tirar os golpistas de circulação.
Pessoas que forem detidas por cometer tais fraudes podem ser acusadas pelos crimes de estelionato e de extorsão, previstos nos artigos 171 e 158 do Código Penal. A pena por estelionato varia de um a cinco anos de reclusão, além de multa. Para extorsão, vai de quatro a dez anos de reclusão, mais multa.