Lajeado – A recorrência de furtos e arrombamentos a lojas da rua Bento Gonçalves força comerciantes a investir em sistemas de segurança. Nesta semana, uma câmera-teste será instalada no Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR).
A aparelhagem promete exibir o rosto dos bandidos em até duas quadras de distância. Há meses, lojas são alvo de ataques durante a madrugada.
Desde segunda-feira, foram quatro estabelecimentos invadidos. O caso mais recente ocorreu ontem, às 4h. Um criminoso arrebentou a grade frontal, quebrou a vitrina e entrou na distribuidora de cervejas Bier Box.
Segundo o proprietário, Pablo Rodrigues de Paula, 34, neste momento, um policial civil, morador das proximidades, acordou e acionou a Brigada Militar (BM). O bandido conseguiu fugir antes de o policiamento chegar, levando R$ 50 e um celular. A empresa está há cinco meses no endereço. Na noite anterior, uma loja ao lado foi arrombada. Os criminosos entraram no prédio da mesma maneira e causaram um prejuízo de R$ 4 mil.
Caso semelhante ocorreu às 23h dessa terça-feira. Bandidos quebraram o vidro – com dez milímetros de espessura, da ótica Elo. Roubaram joias da vitrina e fugiram. O prejuízo chega a R$ 10 mil.
Conforme o proprietário, Alexandre Felipe Schroeder, 31, o alarme disparou no momento da invasão. Seguranças particulares e agentes da BM chegaram minutos depois. Os bandidos escaparam e não foram mais localizados depois de entrar num matagal próximo do Ginásio Nelson Francisco Branchier, o “Claudião”.
O empresário reclama das normas que limitam o trabalho dos seguranças. De acordo com ele, os vigias noturnos não podem usar nenhum tipo de armamento. “Os bandidos se prevalecem, enquanto quem deve estar armado fica desprotegido.”
Reunião com lojistas
Na semana passada, comerciantes se reuniram com representantes da BM e da Secretaria de Segurança, coordenada por Gerson Teixeira. Conforme o secretário, foi acordado que quatro câmeras serão instaladas na rua, todas custeadas pelos empresários. Adverte que, se os aparelhos fossem pagos com dinheiro público, haveria uma licitação e empresas de outras regiões poderiam se responsabilizar. “A manutenção ficaria precária.”
De acordo com o secretário, optou-se por câmeras de alto alcance e precisão, capazes de identificar os suspeitos há duas quadras. Cada ponto custará cerca de R$ 3 mil.
O mesmo sistema analisado para a Bento pode ser implantado nos outros pontos de monitoramento da cidade. Segundo o secretário, as atuais câmeras estão ultrapassadas e geram gasto com manutenção.
Durante a reunião foi acordado que o Executivo fará projetos de novas calçadas e melhoria no sistema de iluminação da rua. Esses pedidos, conforme os comerciantes, foram feitos aos ex-administradores públicos, sem sucesso.
STR sedia aparelho teste
Durante o dia, a empresa Maxiprez deve instalar uma câmera teste no STR. O sindicato se dispôs a custear a aparelhagem. Para o presidente Elton Fischer, a medida ajuda a inibir a prática criminosa. Sistema semelhante é realizado no pátio da empresa.
Grades nas vitrinas
Para tentar afugentar os criminosos, Schroeder projeta a instalação de grades de ferro na vitrina. A medida se tornou comum entre os lojistas da Bento, como Kiko Weimer. Seu comércio foi invadido três vezes desde março de 2012, quando inaugurou a loja.
Antes da Bento, Weimer atuou por 15 anos na Júlio de Castilhos. No primeiro dia instalado no novo endereço, ladrões quebraram o vidro e levaram algumas peças de roupa. “Não levaram mais porque o alarme disparou.”
Estacionamento filma ação
O arrombamento da Bier Box foi registrado por uma câmera do estacionamento frontal. Pela imagem não é possível identificar o criminoso, pois a aparelhagem está há mais de cem metros da loja.
A filmagem mostra a ação. O indivíduo vai da Júlio de Castilhos até a rua Tiradentes para analisar a área. Volta ao centro da quadra, entorta as grades da loja, quebra a vidraça, entra na loja e foge. O arrombamento levou 26 segundos. As imagens foram repassadas à polícia.
BM projeta medidas
O capitão Fabiano Dorneles, comandante do policiamento de Lajeado, garante reforço no patrulhamento noturno. A BM fará um trabalho específico com os seguranças particulares, como cadastramento, fiscalização e catálogo. Para o oficial, os vigias devem contribuir com o serviço da polícia.
Sobre o sistema de câmeras, Dorneles enfatiza que o trabalho passa por avaliações antes de ser aplicado. Um dos estudos é sobre o monitoramento. As filmadoras devem estar interligadas, repassando imagens para a BM e a empresa responsável pela vigia. “Com isso, poderemos identificar os suspeitos. É um projeto-piloto.”
Registros de invasões
Fevereiro – 1
Abril – 5
Maio – 2
Segunda-feira – Loja de informática
Terça-feira – Comércio de tintas e uma ótica
Ontem – Distribuidora de cerveja
