Duplicação da BR-386 atrasará um ano

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Duplicação da BR-386 atrasará um ano

Demora na realocação da tribo indígena inviabiliza conclusão até outubro de 2013

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

aO temor dos líderes regio­nais sobre um possível atraso na duplicação dos 33 quilômetros da BR-386, entre Estrela e Tabaí, se confirmou. O fato se deve à demo­ra da Fundação Nacional do Índio (Funai) em autorizar a realoca­ção de uma família indígena que mora à beira da rodovia. A indefi­nição impede os serviços em nove quilômetros (28%) do trecho, onde o trabalho sequer iniciou.

O custo de R$ 150 milhões pro­jetado no início deve aumentar. O diretor do consórcio responsável pela obra (formado pelas empre­sas Conpasul e Iccila, de Estrela, Cotrel, de Santa Maria e Momento, de Curitiba), Nilto Scapin calcula prejuízos em função do atraso na liberação de parte do trajeto.

O consórcio faz estudo sobre a situação e enviará relatório ao Departamento Nacional de Infra­estrutura de Transportes (Dnit) para fazer aditivo ao projeto ori­ginal.

Scapin informa que as cons­trutoras firmam contrato com os empregados e precisam re­manejar pessoas de outras obras para executar as etapas da duplicação. Porém, quando há atrasos, esses trabalhadores recebem mesmo sem trabalhar e há o custo de transferência de uma obra para outra.

Segundo o diretor, quando par­ticiparam da licitação, levaram em conta os aspectos técnicos e econômicos do edital. “Com a paralisação dos nove quilôme­tros, teremos custos indiretos grandes e quem paga é a popu­lação, infelizmente.”

O pedido por mais recursos para a obra será feito assim que os cálculos estiverem concluídos. Os construtores correm o risco da reivindicação não ser aceita pelo governo federal, acarretando mais prejuízo a eles.

Scapin diz que com o esse atra­so a região perde em infraestrutu­ra, tempo de deslocamento e em vidas, visto que há uma média de 12 mortes por ano no trecho.

Desculpas infundadas

Para o presidente da Câmara de Indústria e Comércio (CIC), Oreno Ardêmio Heineck, as alegações da Funai de que os índios não podem se sujeitar ao barulho das máqui­nas da obra são infundadas, por­que eles estão na faixa de domínio há mais de 15 anos e passam 24 horas à beira da rodovia.

Ele lembra que há um ano e seis meses, os índios daquela localidade fecharam a rodovia por dois dias devido às condi­ções de vida insalubres que a Funai lhes proporciona. O Dnit e a Funai não se manifestaram sobre o assunto.

Saiba Mais

– dos 33 quilômetros para duplicar, nove ainda não fo­ram tocados porque há uma família indígena, ocupando espaço de 500 metros na faixa de domínio;

– autoridades buscam a libe­ração de oito dos nove quilô­metros para as obras;

– há uma área comprada e projeto definido pela Ufrgs para a construção de uma nova aldeia;

– outros 50 índios foram alojados fora da faixa de do­mínio;

– há um parecer de um dos antropólogos, que fez o estudo do local, contestando a origem dos índios;

– a área não está sendo libe­rada pela Funai e pelo Ibama;

– eles alegam que não podem sujeitar os indígenas ao baru­lho das máquinas da obra.

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