Projeto reduz o número de Vereadores

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Projeto reduz o número de Vereadores

A pressão popular contra o aumento de vagas surtiu efeito. Três parlamentares assinaram uma proposta que tenta retornar para dez os representantes do Legislativo. A proposta precisa ser votada hoje para ter validade.

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aO número de vereadores para o próximo man­dato volta a ser tema de discussão no Legis­lativo. Será entregue, na tarde de hoje, um projeto que reduz o número vagas de 15 para dez no próximo mandato.

Em março de 2011, sete dos nove vereadores com direito a voto apro­varam o aumento de cadeiras. Basearam-se na emenda à Cons­tituição, que define um novo nú­mero de representantes, conforme a população. Lajeado têm direito a 17, mas o projeto limitou em 15. À época, só Antonio de Castro Sche­fer (PTB) e o ex-vereador Ito Lanius (PMDB) votaram contra.

Schefer é o autor da proposta. O texto foi elaborado na sexta-feira, e o legislador busca a adesão de pelo menos três colegas para que seja levado à votação. Ontem, Hugo Luis Vanzin (PMDB) e Rui Olí­bio Reinke, o “Adriel” (PSDB), assi­naram o documento.

Hoje pela manhã, Schefer pro­mete intensificar a busca por mais adesões. Os demais oposicionistas Sérgio Kniphoff (PT) e Eloede Con­zatti (PT) devem ser os primeiros procurados. Com a assinatura de pelo menos um deles, dependerá só do parecer da Comissão de Jus­tiça para entrar na ordem do dia.

O petebista justifica a proposta por considerar dez vereadores o número ideal. Acredita que, com a economia, o dinheiro pode ser aplicado em serviços à comuni­dade. “Tem muito vereador que não fez nada nesses quatro anos e quer mais cadeiras para conseguir se eleger”.

Divergências

Só os três vereadores que assina­ram conhecem o teor da proposta. Os demais não sabiam da existên­cia. Mas, a possibilidade de reduzir o número de vagas gerou uma di­vergência de opiniões (confira no quadro).

Os mais críticos foram Paulo Adriano da Silva, o “Tóri” (PPL), e Delmar Portz (PSDB). Ambos veem no projeto uma tentativa de Sche­fer se promover para as eleições de outubro. “É um projeto para encher tripa (sic)”, classificou Tóri. Para ele, a comunidade será me­lhor representada com 15 parla­mentares.

Portz tem outro argumento. Considera a proposta inconstitu­cional, pelo fato da política estar em ritmo de eleições. Os partidos têm até o fim do mês para defini­rem os seus candidatos e acredita que isso impede uma nova decisão quanto ao número de vagas.

Mozart Lopes (PP) pensa que a câ­mara precisa ter mais vereadores. Porém, o assessoramento deve ser reduzido. “Sempre fui contra dois as­sessores. Um está de bom tamanho.”

Pouco tempo

Portz desconhece a legislação. Conforme o Tribunal Superior Elei­toral (TSE), os Legislativos têm até o dia 30 para definir se aumentam ou diminuem o número de vagas. Até a data, o projeto tem que ser aprovado e o presidente da Mesa Di­retora – Adriel – deve promulgar.

O problema está no tempo há­bil para que tenha validade. Por ser uma alteração à Lei Orgânica Municipal (LOM), o projeto precisa da assinatura de um terço dos ve­readores. No caso de Lajeado, são necessárias quatro adesões no mí­nimo.

Também é preciso que a Comis­são de Justiça e Redação encami­nhe um parecer em poucas horas, visto que o prazo é de até 30 dias – conforme o regimento interno. “Isso é fácil, é só a gente pressionar que eles dão o parecer na hora”, afirma Schefer.

Outra dificuldade é quanto à votação. A proposta tem que ser aprovada em dois turnos. Caso os vereadores concordem com a re­dução, a outra votação só ocorre na sessão do dia 26. Isso é devido ao regimento interno, que estipu­la um intervalo de uma semana para apreciar os projetos que alte­ram a LOM.

O que os vereadores dizem sobre a proposta

Mozart Lopes (PP)

“Sou a favor de 15, mas com a redução de assessores. Um está bom. Sobre o projeto, preciso vê-lo antes de opinar.”

Círio Schneider (PP)

“Primeiro analisaremos. Minha posição é de manter meu voto anterior.Votei de acordo com a lei, a favor de 15 (vereadores) para criar novas lideranças”

Eloede Conzatti (PT)

“Acho algo demagógico e acho que já perdeu o prazo (para votar).”

Delmar Portz (PSDB)

“No meu ponto de vista o projeto é inconstitucional. Foi feito para criar polêmica. Se for à votação, avaliaremos, mas não costumo votar em leis inconstitucionais.”

Hugo Luis Vanzin (PMDB)

“Se existe a vontade da população, eu não vou contra. Dez vereadores é suficiente.”

Antonio de Castro Schefer (PTB)

“Para mim deveriam ser só dez vereadores. Imagina a economia que isso daria para o município. E também era um pedido da Uambla que acatei.”

Rui Reinke , o “Adriel” (PSDB)

“Sempre fui contrário a ter mais de dez vereadores, mas eu não estava na câmara ainda quando ele foi aprovado. A população tem que cobrar de quem votou a favor.”

Paulo Tóri (PPL)

“O município cresceu e com 15 vereadores dá mais chances para os outros. Com dez só elegem os que têm mais dinheiro.”

Sérgio Kniphoff (PT)

Não quis se manifestar.

Lorival Silveira (PP)

“Não posso opinar sem ler o projeto.”

Pesquisa

A proposta vai ao encontro do que os lajeadenses pensam. Em reportagem publicada pelo A Hora em 20 de abril, 89,1% da população condenou o aumento do número de vereadores. Consideram dez vagas suficientes para o trabalho exercido. Caso a redução seja efetivada, haverá uma economia aos cofres públicos. Hoje, o gasto mensal em subsídios é de R$ 66.160,20. O valor corresponde ao pagamento dos vereadores e dos 20 assessores contratados.

Mantendo-se o aumento para 15, o custo mensal será de R$ 130.050,90. Baseia-se nos subsídios dos parlamentares e no aumento de assessoria – cada vereador tem direito a dois por gabinete.

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