Nota fiscal eletrônica no campo parece caminho sem volta

Opinião

Felipe Neitzke

Felipe Neitzke

Coluna aborda os destaques relacionados ao agronegócio

Nota fiscal eletrônica no campo parece caminho sem volta

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Implementar a nota fiscal eletrônica nas propriedades rurais é um debate que volta à tona. Embora seja algo já comentado há anos, ganha força diante do prazo estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O órgão determinou a obrigatoriedade a partir de 1° de julho de 2023.

Claro que isso não é tão simples assim. Temos pelo menos dois fatores a serem considerados. Um deles é a limitação tecnológica. Em tempos que se fala na rede 5G, muitas localidades do interior não têm sinal de telefone e muito menos de internet. Evidente que houve evolução com a fibra óptica nas comunidades rurais, mas não chega em todas as propriedades.

Além disso, outro aspecto a ser considerado é a qualificação dos produtores para que possam emitir a nota fiscal. Por isso, mesmo que seja um caminho sem volta, a troca do bloco manual por um formulário no computador ou smartphone não é algo tão simples. Parece que as próprias autoridades perceberam isso.

Tanto é, que está em tratativas a prorrogação dessa obrigatoriedade para abril do ano que vem. Ainda me parece pouco tempo. A proposta mais sensata é defendida pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). Em parceria com a Fetag-RS, propõem que seja feito um trabalho de incentivo à livre adesão dos produtores, além de estabelecer uma obrigatoriedade escalonada, com a primeira faixa onde a produção seja superior a R$ 2,4 milhões ao ano.

Em paralelo, surgem algumas iniciativas que prometem facilitar o processo. É o caso do aplicativo lançado esta semana para o segmento do arroz. A plataforma visa facilitar o processo para aqueles que não possuem o certificado digital.

Crédito; Divulgação


Mobilização surte efeito

Após protestos em 15 pontos pelo estado, um deles em Estrela, o governo federal sinalizou com apoio ao pedido de ajuda dos produtores contra os efeitos da estiagem. O anúncio foi feito ainda nessa quarta-feira, 19, em Brasília a integrantes da comitiva liderada pela Fetag-RS. Conforme informado pelo ministro do Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, haverá desconto nas dívidas dos agricultores e pecuaristas familiares. Ainda não se sabe quais serão os enquadramentos necessários e nem o valor do rebate.

Colheita da soja alcança 60%

A semana de tempo seco permitiu o avanço da colheita de soja na região. Conforme dados da Arla Cooperativa, cerca de 60% dos grãos foram colhidos. Esse estágio da safra também viabiliza melhor avaliação sobre perdas por conta da estiagem. Estimativa é de quebra de pelo menos 30% na produção.

Do papel ao digital

A Emater/RS-Ascar lançou aplicativo para registro das atividades desenvolvidas pelos extensionistas nas visitas e demais ações de prestação de serviços. Até então, todos os profissionais registravam os dados em planilhas manuais para depois abastecer diferentes sistemas. Com o processo digital, a expectativa é otimizar o tempo do profissional para que possa atender mais famílias no campo.

Condomínio leiteiro da Dália

A empresa sueca DeLaval concedeu troféu ao condomínio leiteiro da Dália, em Nova Bréscia. A unidade é a segunda maior no RS e a 8ª no país em volume produzido. Só no ano passado, foram mais de 2 milhões de litros. A distinção parte da empresa especializada em soluções tecnológicas para melhorar o rendimento nas propriedades.

O empreendimento da cooperativa é considerado um modelo eficiente de produção. Inaugurado em 2015, o condomínio recebeu investimento de R$ 5 milhões para um conjunto que permite alojar 200 vacas no sistema de confinamento. Além de Nova Bréscia, há mais três condomínios, localizados nos municípios de Roca Sales, Arroio do Meio e Candelária, no Vale do Rio Pardo.

Crédito: divulgação

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