A decisão do governo federal em isentar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) inclui o segmento de painéis fotovoltaicos e faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS).
O decreto assinado na quarta-feira passada interfere sobre a manufatura dos sistemas em indústrias nacionais. CEO da Sollar Sul, Leonardo Porto, destaca que a medida vai ao encontro de outras iniciativas, em especial com o propósito de dar mais condições competitivas para a fabricação nacional.
“O imposto para importação já era zerado. Agora, há um incentivo para a cadeia do país. Faz com que a fabricação por aqui seja mais barata”. A medida atinge diversos insumos, vai de silicone e vidros específicos usados nos painéis até semicondutores.”
Para ele, essa decisão é positiva para os dois setores, tanto à manufatura, quanto para o consumidor. “Isso vai baratear a compra do produto nacional e viabilizar a aquisição de mais equipamentos. A medida vem para facilitar a venda do produto brasileiro.”
Em cinco anos, o número de pequenas usinas geradoras de energia no Vale do Taquari saltou de 786 para 16,2 mil. Essas unidades somam mais de 146 mil quilowatt (kW) em potência instalada.
As placas em residências, empresas, propriedades rurais e prédios públicos representam 7,8% da geração no RS. Entre as cidades da região com mais número de sistemas está Lajeado. São mais de 2,9 unidades geradoras com capacidade de 24,4 mil kW.
Juros reduzem projetos
O custo médio para instalar um sistema residencial de energia solar é variável. Depende do tamanho da instalação, qualidade dos equipamentos, localização e complexidade do projeto. Em média, diz Leonardo Porto, fica entre R$ 35 mil até R$ 40 mil.
Para fazer esse investimento, a maioria dos clientes depende de financiamentos. De acordo com o empresário, os reflexos da taxa Selic em 13,7% aparecem nos negócios. “O custo do dinheiro provoca retração. Os clientes buscam o crédito, mas a liberação está mais complicada.”
Na avaliação delel, isso tem relação inclusive com as dificuldades enfrentadas por setores produtivos regionais, como no caso da indústria de proteína
animal. “Hoje, nossa dificuldade maior para fechar projetos está em conseguir crédito para o cliente.”
Por este motivo, Porto acredita ser necessário ampliar os benefícios ao setor. “Só a isenção de imposto não vai resolver”. Em cima disso, sugere a implantação de linhas de crédito específicas para adoção de sistemas de energia renovável.
Número de usinas fotovoltaicas na região
