Análise aponta condições péssima e ruim de rios e arroios do Vale

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Análise aponta condições péssima e ruim de rios e arroios do Vale

Mananciais do Vale têm as piores classificações conforme os parâmetros do Índice de Qualidade da Água (IQA); confira material especial desenvolvido pelo Grupo A Hora

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Atualizado segunda-feira,
16 de Maio de 2022 às 19:18

Análise aponta condições péssima e ruim de rios e arroios do Vale
Entre os locais de coleta estão os pontos de captação da Corsan em Lajeado, Arroio do Meio e Encantado

As análises de água coletada em 23 pontos de dois rios e 12 arroios da região apontam para os piores condições, conforme o Índice de Qualidade de Água (IQA). Do total, 12 pontos apresentam avaliação péssima e 11, ruim. O IQA ainda estabelece as faixas regular, boa e ótima (veja quadro).

O Rio Taquari é considerado péssimo nos pontos de coletados em Arroio do Meio Cruzeiro do Sul e Lajeado. Em Encantado, a qualidade é considerada ruim. Nos pontos coletados no Rio Taquari, nos municípios de Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul e Lajeado, o IQA foi considerado péssimo, enquanto que em Encantado, o IQA foi considerado ruim.

O Rio Forqueta tem ponto considerado péssimo em Arroio do Meio e ruim em Marques de Souza.

Entre os arroios, estão classificados como péssimos o Engenho, com a pior condição, seguido pelo Encantado e Saraquá, todos em Lajeado.


Segunda parte: Esgoto doméstico tem quantidades acima do limite da pior classe


Saiba o que representa cada parâmetro analisado

Oxigênio Dissolvido na Água (OD): representa a concentração de oxigênio na água. É imprescindível para preservação da vida aquática. Concentrações muito baixas comprometem a sobrevivência de peixes e outras espécies. A baixa concentração de OD indica contaminação por esgoto (poluição orgânica).


Demanda bioquímica de oxigênio (DBO): representa a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica, ou seja, oxigênio dissolvido na água que foi consumido por bactérias e outros microorganismos nos processos de degradação da matéria orgânica. Valores altos de DBO indicam o lançamento de carga orgânica, principalmente esgoto doméstico, e também efluentes industriais.


Fósforo: é um parâmetro importante para os processos biológicos. Em excesso, pode causar eutrofização da água (a eutrofização de um corpo de água resulta no crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas que, quando mortas, são decompostas por bactérias que consomem o oxigênio da água, tornando-o indisponível para outras espécies.) O fósforo está presente nos esgotos domésticos, devido à presença de detergentes superfosfatados e matéria fecal.

A drenagem provocada pelas chuvas em áreas agrícolas (dejetos de animais e uso inadequado de fertilizantes) e urbanas também contribuem para contaminação dos cursos d’água. Os efluentes industriais também são fontes relevantes de fósforo.


Coliformes termotolerantes: são bactérias encontradas no aparelho digestivo de animais de sangue quente e são indicadores de poluição por esgoto doméstico. A bactéria Escherichia coli (E. coli) é a principal representante deste grupo e é o melhor indicador da contaminação da água por fezes.


Turbidez: reflete a transparência da água, sendo inversamente proporcional à concentração de partículas. Mudanças bruscas de turbidez são detectadas visivelmente. O uso da terra na bacia hidrográfica pode tornar a água dos rios mais turva. Falta de cobertura vegetal, especialmente de matas ciliares, e erosão levam ao assoreamento do rio e ao aumento da turbidez.


Potencial Hidrogeniônico (pH): afeta o metabolismo de várias espécias aquáticas. Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) estabelece que, para proteção da visa aquática, o pH deve estar entre 6 e 9.


Temperatura: os organismos aquáticos são afetados por temperatura fora dos seus limites de tolerância. Todos os corpos d’água apresentam variações de temperatura ao longo do dia e das estações do ano. No entanto, o lançamento de efluentes com altas temperaturas pode causar impacto significativo dos corpos d’água.


Nitrogênio amoniacal: a principal procedência é oriunda de esgotos sanitários, os quais lançam nitrogênio orgânico (presença de proteínas) e amoniacal (por meio da quebra de partículas da ureia). Também provém de indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, farmacêuticas, conservas alimentícias, matadouros, frigoríficos e curtumes. Emissão em grandes quantidades somada a outros fatores pode afetar negativamente o abastecimento público de água e a preservação da vida aquática.


Resíduo total (resíduos sólidos): é a matéria que permanece após a evaporação ou secagem da amostra de água. Depositados no leitos dos corpos d’água podem causar assoreamento, o que impacta a navegação e potencializa o risco de enchentes. Também causa danos à vida aquática.


Terceira parte: “É urgente a implantação de medidas que contribuam com o saneamento básico”


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