“É urgente a implantação de medidas que  contribuam com o saneamento básico”

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“É urgente a implantação de medidas que contribuam com o saneamento básico”

Mananciais do Vale têm as piores classificações conforme os parâmetros do Índice de Qualidade da Água (IQA); confira material especial desenvolvido pelo Grupo A Hora

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“É urgente a implantação de medidas que  contribuam com o saneamento básico”
Responsáveis pela coleta de amostras de água, o químico industrial Rodrigo Giovanella e o amostrador e estudante do Técnico em Química Everton Jardel Prediger, ambos do Unianálises, percorreram dois rios e 12 arroios
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

De acordo com o biólogo Cristiano Steffens, a análise dos 23 pontos aponta que os recursos hídricos da região estão sendo afetados pelo crescimento e expansão das cidades. “É urgente a implantação de medidas que visem o tratamento dos efluentes domésticos e industriais e contribuam com o saneamento básico e o desenvolvimento sustentável.”

***Veja a primeira parte deste conteúdo aqui***

Para o biólogo, não se trata apenas de um problema ambiental, mas, sim, de saúde pública, além de representar um aumento no custo do tratamento de água nas Estações de Tratamento de Água para consumo humano. “A solução é investir no tratamento de esgoto doméstico e saneamento básico e exigir das empresas o cumprimento das leis quanto ao tratamento e lançamento dos efluentes líquidos dentro dos limites estabelecidos em lei”, frisa

Os principais impactos do despejo de efluentes nos mananciais são sobre a fauna aquática. A mortalidade dos peixes e demais organismos aquáticos, que são a base da cadeia alimentar, desencadeia a eutrofização, que é o desenvolvimento de algas tóxicas e prejudiciais à saúde humana e animal.


Com a palavra, Flávio Aguiar Folletto
Engenheiro Ambiental

É preciso considerar pontos importantes neste estudo, além da origem doméstica dos poluentes. Áreas agricultáveis e a pecuária intensiva e extensiva, em algumas regiões do estudo, podem ser apontadas como prováveis responsáveis pelo quadro de qualidade da água, o que se deve à falta de manejo adequado de dejetos animais, assim como a degradação das matas ciliares, além do esgoto doméstico.

Outra consideração é quanto ao enquadramento da Bacia Taquari-Antas, publicado em 2012, como sendo Classe III na área do estudo. Ocorre que, almejava-se em um horizonte de 20 anos, a melhoria do quadro para Classe II, conforme estabelece a Resolução CRH n.º 121/2012. No entanto, o que se mostra é a piora do quadro nos primeiros 10 anos após a aprovação, decaindo de Classe III para IV.

Medidas são necessárias a partir de diretrizes públicas, criando ações bem definidas a curto, médio e longo prazo. Essas diretrizes devem estabelecer prazos para execução de obras de saneamento, ou minimamente cumprir com os Planos de Saneamento aprovados. Além disso, a definição de critérios de manejo de dejetos de animais e acompanhamento técnico são indispensáveis para melhoria do cenário da qualidade da água superficial.

Particularmente não citaria a poluição industrial, neste caso, uma vez que, temos evoluído muito com o Licenciamento Ambiental neste quesito para essas atividades. Os próprios resultados corroboram, como por exemplo, o nitrogênio amoniacal baixo na maioria dos resultados. Nesta etapa do ciclo do nitrogênio (amoniacal), os resultados indicam poluição pontual, ou seja, muito próximo do ponto de coleta.

Como os valores são significativamente os mais baixos (melhores resultados), no grupo amostral, significa que nos pontos de coleta não há poluição pontual, como algum despejo industrial, por exemplo, mas sim difusa (agrícola, doméstica), de modo que não temos como apontar a indústria.


Segunda parte: Esgoto doméstico tem quantidades acima do limite da pior classe


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