Quais as preferências dos leitores

Dia do Escritor

Quais as preferências dos leitores

Livros de auto-ajuda e não-ficcionais têm liderado as listas de vendas no Brasil. Livrarias do Vale confirmam esse panorama, além da valorização de obras que inspiram séries de plataformas digitais

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Atualizado domingo,
25 de Julho de 2021 às 09:01

Quais as preferências dos leitores
O público cada vez mais procura livros que conectem com suas preferências de séries, filmes e comportamento. Foto: Renata Lohmann
Vale do Taquari
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A busca por novas opções de leitura tem caracterizado o mercado editorial brasileiro. Livros de auto-ajuda lideram listas dos mais comercializados no país, embora obras vinculadas a filmes e séries também estejam em evidência.

O livro mais vendido no Brasil em 2021 até o mês de julho foi “Mais Esperto que o Diabo”. A obra de auto-ajuda escrita pelo estadunidense Napoleon Hill e lançada em 2011 é campeão de vendas desde o ano passado.

A região segue a tendência nacional. Conforme Guilherme Hahn, diretor da Livraria Cometa, de Lajeado, além dos livros de auto-ajuda, os não-ficcionais são os mais procurados. Ao longo do ano, “O Milagre da Manhã” foi o mais vendido.

Hahn ressalta que o público mais jovem tende a se interessar mais quando algum tema aparece com destaque nas plataformas digitais. “Arsène Lupin, Bridgerton, The Witcher, todos são livros que se tornaram séries e tiveram muita busca conosco”.

Bruna Obregon, gerente da Papelaria Blau, confirma a análise. “Quando séries estão em alta, investimos nessa literatura e os clientes procuram”. Por outro lado, obras vinculadas a jogos alcançam um público mais restrito.

Brasileiros leem menos de três livros por ano

O mais importante índice de leitura do Brasil indica que ler ainda está longe do hábito da maior parte da população. O Instituto Pró-Livro apresentou no ano passado a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura, apontando alguns números preocupantes. Por exemplo, a média de livros lidos por ano está em 2,43. Ou seja, cada brasileiro lê menos de três obras em um período de 12 meses.


Entrevista

Ana Cecília Togni • Escritora

• O Dia do Escritor é comemorado no domingo, 25, e uma das autoras mais populares do Vale do Taquari, Ana Cecília Togni, a Tia Chica, faz uma reflexão sobre o papel da leitura no desenvolvimento das pessoas. Conhecida pelas obras infantis, também escreve sobre temas culturais e voltados à área da matemática, sua formação de origem.

“Temos que comemorar a coragem de expor os sentimentos no papel”

• A Hora: Como incentivar os jovens ao hábito da leitura?
Ana Cecília Togni: Eu penso que a leitura se inicia em casa. Os pais devem incentivar as crianças pequenas a ler. Ler para elas, em primeiro lugar, e depois incentivá-las a leitura. Uma criança não precisa começar com um livro de 200 páginas. Lê um gibi, lê uma história pequena, de sete ou oito páginas, e vai indo gradativamente. Primeiro em casa, depois na escola, e os professores de língua portuguesa fazem um trabalho realmente bom. No final, de tudo isso, sempre vai sair um leitor.

• Como a leitura pode contribuir para a formação cognitiva?
Togni: Eu penso que, na verdade, se tu leres, tu vais conseguir formar um pensamento lógico. Tu vais ter argumentos, tu vais conhecer palavras novas, tu vai saber falar também, porque uma coisa é inserida na outra. A leitura é muito importante, porque desenvolve uma formação cognitiva muito interessante, com formação de opinião, com fala e escrita corretas.

• O que temos a comemorar neste dia do escritor?
Togni: Temos que comemorar a vontade que as pessoas tem e a coragem de expor seus sentimentos no papel. Porque, na verdade, não é tão simples assim. O processo de escrita, até que um livro esteja pronto, é um processo demorado. Então, que esse dia seja bem especial para todos os escritores, os nossos da Alivat, os demais do Vale, do Estado e do Brasil.

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