“A observação de aves transcende a biologia”

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“A observação de aves transcende a biologia”

O engenheiro ambiental Cleberton Bianchini, 32, Integra o Clube de Observadores de Aves dos Vales do Taquari e do Rio Pardo (COA) e se dedica à observação de aves faz cerca de 10 anos. • Como começou seu interesse pela…

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“A observação de aves transcende a biologia”
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O engenheiro ambiental Cleberton Bianchini, 32, Integra o Clube de Observadores de Aves dos Vales do Taquari e do Rio Pardo (COA) e se dedica à observação de aves faz cerca de 10 anos.
• Como começou seu interesse pela observação de aves?
Morei no interior, em Boqueirão do Leão, até os 13 anos. Sempre tive contato com a natureza. Na faculdade, conheci amigos que gostavam disso. Comecei a prestar atenção em 2008, e de lá para cá comecei a buscar conhecimento; em viagens, procuro conhecer parques. Lembro de uma ocasião: estava no topo da Lagoa da Harmonia, e os tucanos estavam gritando enlouquecidamente, então, comecei a me interessar no que eles estavam fazendo.
• Como surgiu o clube?
Lá por 2009, o site WikiAves começou a ganhar corpo no Brasil, e descobri que tinha mais gente da região fazendo observação. A partir de 2012, comecei a mandar mensagens para sairmos juntos. Soubemos que em outros lugares tinha clubes, e resolvemos criar um. Estruturamos, fizemos reuniões e agora temos ao menos uma saída mensal em conjunto. Somos em umas 15 pessoas ativas dos vales do Taquari e Rio Pardo. A observação de aves transcende a biologia ou áreas afins. A maioria dos observadores no Brasil é de amadores, não biólogos. Para mim, a motivação foi o contato com a natureza. Tem quem comece por causa da fotografia; há aqueles que são biólogos e querem gerar conhecimento. Primeiro, eu fotografava muito. Depois, comecei a gravar os sons. Hoje faço mais a observação.
• Como funcionam as saídas a campo?
Na região, uso bastante o Google Earth, para ver onde há áreas de mato com acesso, e também vamos por indicação de amigos que têm propriedades. Fora da região, procuramos parques. Procuramos períodos em que as aves estão mais ativas: início da manhã e final da tarde e noite para corujas.
• Qual a espécie mais curiosa que vocês descobriram?
Na minha trajetória, tem uma espécie que foi a top das tops. A gente tinha ido observar no Parque Estadual do Turvo e conseguimos fazer o primeiro registro de uma espécie para o RS, o uirapuru laranja.
• O que você sabe sobre o falcão Chico (provável carrapateiro), de Estrela?
Eu vi uma foto nas redes, mas não conheço a história a fundo. Tem que se avaliar. A espécie carrapateiro é carnívora. Se tu alimentar, vai estar domesticando o animal. A gente não sabe por que ele estava atacando, mas há a hipótese de ele achar que as outras pessoas também vão alimentar.

Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br

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