Uma pessoa sofre golpe por dia na região

Vale do Taquari

Uma pessoa sofre golpe por dia na região

Decreto publicado nesta semana dobra punição para estelionato contra idosos

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Uma pessoa sofre golpe por dia na região

Crime com o quinto maior número registros ao longo deste ano no estado, com 11,4 mil ocorrências entre janeiro e setembro, o estelionato passa a ter pena dobrada quando cometido contra pessoas com mais de 60 anos. No Vale do Taquari, o índice causa apreensão. A cada dia, criminosos fazem uma nova vítima.

A alteração foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff nessa terça-feira. A partir de agora, quem cometer o crime contra idoso poderá receber pena de até dez anos de prisão. Para os demais casos, continua a regra do artigo 171 do Código Penal, o qual estabelece um a cinco anos de reclusão.

A punição busca reduzir a incidência de casos envolvendo pessoas nessa faixa etária, pois idosos são as vítimas mais visadas pelos criminosos. Exemplo disso ocorreu dia 19 de setembro, em Lajeado. Um homem de 60 anos recebeu um telefone de alguém se identificando como seu sobrinho, de São Paulo, e que estaria a caminho da cidade para visitá-lo.

Mas durante o percurso, relatou na ligação, o veículo enguiçou. O suposto sobrinho então pediu ao homem para ligar a um guincho e repassou o número telefônico. Em contato com uma segunda pessoa, o idoso foi ludibriado a depositar R$ 1,5 mil em determinada conta bancária. O dinheiro serviria para pagar os serviços e liberar seu familiar.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a inocência e a exposição de informações particulares facilitam a ação dos estelionatários.

De acordo com a SSP, de janeiro a setembro, foram 269 crimes do gênero no Vale – média de um a cada 24 horas. Lajeado tem o maior índice. Nesse período, 109 pessoas informaram aos órgãos policiais ter sofrido algum tipo de golpe na cidade. Na sequência aparece Taquari, com 29 registros. Em Estrela, criminosos fizeram 25 vítimas nesse período.

Conscientização

Identificar os estelionatários é a principal dificuldade da polícia. Muitas vezes, a investigação esbarra na presença de laranjas ou de documentos falsificados. Para órgãos de segurança, a conscientização é o melhor caminho contra tal prática. Caso alguém perceba qualquer suposta fraude, deve registrar BO.

Principais golpes

Mensagem premiada: a vítima recebe um torpedo, identificado como sendo da operadora ou de uma empresa. A mensagem informa o ganho de prêmios e pede para contatar com um determinado número. Em alguns casos, o golpista também telefona logo depois de enviar o material, dizendo representar a instituição e, depois de “enrolar”, pede um depósito bancário para liberar o prêmio.

Bilhete premiado: uma pessoa se apresenta para a vítima na rua, portando um suposto bilhete vencedor de um concurso. Alega dificuldades de retirar o prêmio e nisso aparece um comparsa, que finge telefonar à Caixa Econômica Federal e confirma de se tratar de algo verídico. Os golpistas induzem a pessoa a dar certa quantia em dinheiro para ficar com parte do prêmio.

Cartões de celular: um homem se passa por vendedor de uma distribuidora e oferece cartões de crédito telefônico a comerciantes. As vítimas compram e colocam à venda no estabelecimento. Só percebem a fraude depois que clientes reclamam não haver saldo.

Falsa delegada: golpistas telefonam para as vítimas informando ser da polícia e solicitam dados pessoais como CPF, RG e endereço. As informações seriam necessárias para continuar suposta investigação e remeter inquérito ao fórum. Com os dados, é possível forjar documentos para abrir empresas e contas bancárias.

Falsos produtos: a polícia indica a todos consumidores para verificar a procedência dos produtos, principalmente, daqueles comprados por telefone ou internet. É preciso fazer uma comparação dos preços ofertados por outras empresas. Uma das principais orientações é comprar apenas de sites confiáveis, com boas credenciais.

Acidente com familiar: o falsário telefona para a vítima e afirma ser um sobrinho que sofreu um acidente de trânsito. Então, fornece o nome e número de um mecânico para que a pessoa possa confirmar a história. Ela liga e o suposto mecânico informa o valor a ser pago para a liberação do carro. O valor é depositado.

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