Vale do Taquari – A volta do frio causa otimismo a comerciantes varejistas da região. Depois de consecutivos dias quentes e vendas abaixo do esperado, as temperaturas despencam e estimulam consumidores. A mudança no tempo provoca aumento de pelo menos 20% no movimento, em especial nos estabelecimentos especializados em vestuário.
A maioria dos lojistas substituiu os artigos de verão e meia estação por itens de inverno há semanas. No entanto ocorreram apenas dias isolados de baixas temperaturas entre o fim de abril e o início deste mês. Em seguida, o Vale do Taquari ficou sob influência do chamado veranico, o que desestimulou clientes a comprar e causou apreensão no comércio.
Prova disso ocorreu nos últimos dias. No fim de semana passado, a mínima registrada, em Lajeado, ficou em 19ºC e a máxima em 30,8ºC. Para este sábado e domingo, a temperatura deve variar de 10ºC a 22,4ºC, de acordo com previsão do Centro de Informações Hidrometeorológicas da Univates (CIH).
O resultado da mudança no tempo foi imediato, ressalta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Lajeado (CDL) e empresário do ramo de vestuário, Daniel Dullius. “No primeiro dia de frio as pessoas já saem correndo para comprar.” O único empecilho desta semana foi a chuva entre quarta-feira e quinta-feira.
A expectativa é quanto a permanência das baixas temperaturas ao longo dos próximos dias, visto a chegada do Dia dos Namorados (12 de junho). No Dia das Mães (10 de maio), por exemplo, a semana de tempo gelado repercutiu de forma positiva nas vendas.
Dullius ressalta a necessidade de comerciantes registrarem boas vendas nesta época da estação, pois precisam quitar as despesas relativas à aquisição das mercadorias. A maioria dos produtos comprados para o inverno chegou às lojas entre março e abril, juntamente com os títulos bancários.
Importância de vender cedo
Caso o comércio não tenha resultados positivos no início da estação, muitos empresários apelam para as liquidações antecipadas. “Pois daqui a pouco começam a chegar as mercadorias seguintes e lojistas precisam ter dinheiro em caixa para pagar as compras.”
Tal situação ocorreu no ano passado. Em julho, faltando quase dois meses para o fim do inverno, lojas de diferentes segmentos da região já estampavam cartazes com descontos de até 50%. Além do frio tardio, as liquidações tiveram influência da parada para a Copa do Mundo e do menor poder aquisitivo dos consumidores, tanto por uso indiscriminado de cartões de crédito ou financiamento de carros e moradias.
Renovação do vestuário
O movimento se intensificou no fim dessa semana. Neusa Bagatini Souto, 49, de Estrela, aproveitou a tarde de sexta-feira para comprar um novo casaco. “Estava esperando porque até então não tinha necessidade, mas com essa esfriada não tive alternativa.” Aproveitou ainda para levar um cachecol. “Não tinha previsto, mas achei bonito e decidi levar. Compensa.”
Rômulo Castro da Silva, 27, investiu na aquisição de artigos de meia estação. Morador de Lajeado, trabalha como vendedor e ressalta a necessidade de estar sempre bem vestido. “Além dos produtos na loja, o cliente leva em consideração o que o vendedor está usando.”
