Árvores, arbustos e mudas agora fazem parte do Inventário da Arborização Urbana (IAU) de Lajeado, criado com o objetivo de catalogar a vegetação em áreas públicas urbanas da cidade. O levantamento da primeira etapa do projeto, que compreende o bairro Centro, identificou 2.249 plantas em mais de 30 ruas. Destas, cerca de 10% devem ser cortadas.
Os dados serão apresentados pelo município de forma detalhada no dia 2 de junho, durante a Semana do Meio Ambiente. O número de cortes é avaliado de acordo com a condição das plantas. O motivo é a morte ou local inadequado para o crescimento. Em muitos casos, as raízes também interferem nas ruas e calçadas e impedem a mobilidade urbana.
Para cada retirada de árvore, uma nova é plantada, seja no lugar ou em outro ambiente propício. O levantamento também mostra plantas que devem ser podadas ou locais que necessitam de replantio.
Quase 30 mil árvores em Lajeado
O inventário começou a ser produzido em agosto do ano passado e a primeira etapa foi finalizada em dezembro. Essa identificação era uma demanda do Plano Diretor, que apresentava dificuldades para sair do papel devido a demora para execução. Hoje, toda a pesquisa é feita por funcionários da Secretaria do Meio Ambiente (Sema).
Os dados coletados são catalogados como uma espécie de “censo” no qual todas as ruas do município devem ser analisadas. A equipe da Sema está na fase de finalização do bairro Americano. O próximo a receber a pesquisa é o Florestal. A estimativa é que Lajeado tenha entre 25 mil e 30 mil árvores a serem cadastradas, cerca de uma árvore para cada três habitantes. A pesquisa deve durar pouco mais de três anos.
Para o catálogo
A quantidade de árvores, espécies, localização, tamanho, características e condições fitossanitárias estão entre as informações coletadas para o inventário, que possui um banco de dados disponível no site do governo municipal para consulta da comunidade.
A pesquisa também busca identificar a relação dessas plantas com o entorno, como a estrutura urbana da qual fazem parte e a população que faz uso delas. O diagnóstico geral das condições das árvores no município serve de auxílio para a análise dos pontos que necessitam de maior arborização, além de identificar as melhores espécies a serem plantadas.
Além disso, o trabalho busca estimar a área de sombra resultante da arborização urbana pública, assim como possibilitar a participação da comunidade na atualização de informações. Por meio de um e-mail que será disponibilizado, o morador que plantar uma nova árvore pode enviar as informações sobre a planta para a Sema, que fará a inclusão no catálogo.
Com a finalização do inventário de arborização dos passeios públicos, está prevista a elaboração de uma nova etapa: a avaliação da vegetação nas praças e parques. Todo o estudo faz parte do projeto Lajeado Sustentável.
Qualificação do trabalho
A coleta dos dados é feita por duas equipes, com o auxílio de um aplicativo para preencher o formulário, de equipamentos como tablet, hipsômetro, para medir a altura, e trena. São responsáveis pelo trabalho, a engenheira florestal da Sema, Sabrina Wolf e o biólogo André Luiz Bruxel, com auxílio de dois estagiários.
“A gente não sabe, hoje, todas as espécies que temos aqui, quantas árvores estão prestes a cair, quantos locais tem que replantar. Se temos mais plantas nativas ou exóticas. Tudo isso é necessário até para melhorar o nosso trabalho”, destaca Sabrina. Ao fim da catalogação, a ideia é fazer um relatório e um livro com todas as informações.

Entre os motivos para o corte de árvores na área urbana, está a morte ou localização inadequada da vegetação. Crédito: Filipe Faleiro