“Segui uma tradição familiar e herdei o espírito comunitário”

ABRE ASPAS

“Segui uma tradição familiar e herdei o espírito comunitário”

Iracema Barbieri Lucian aos 74 anos tem a tarefa de organizar o tradicional Terno de Reis nas comunidades de Marques de Souza. Com ajuda de vizinhos e músicos segue o roteiro de caminhadas de cantoria até o dia 6 de janeiro. Moradora do distrito de Tamanduá há mais de 40 anos, integra a diretoria da Comunidade São Roque e é proprietária do Recanto da Pema, que integra o roteiro turístico Janelas do Interior

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“Segui uma tradição familiar e herdei o espírito comunitário”
Crédito: Gabriel Santos
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Nesta época do ano o Terno de Reis é uma tradição em Marques de Souza. Como iniciou isso?

É algo mantido em Tamanduá há pelo menos 40 anos. Segue a tradição e o significado religioso, quando juntamos um grupo de músicos e seguimos pelas ruas, indo até as residências levar música e uma mensagem neste início de ano, passado o Natal.

Qual o significado?

É uma forma de relembrar a história bíblica. Os Três Reis Magos partiram sua jornada à procura do Menino Jesus para prestar homenagens e levar presentes. Assim é o Terno de Reis. Iniciamos a caminhada no dia 26 de dezembro e vamos até o dia 6 de janeiro. Passamos pelas comunidades de Picada May, Tamanduá e Centro.

Como é a receptividade?

As pessoas gostam, estão acostumadas em nos receber. Muitas fazem questão de abrir a porta de casa e oferecem presentes e até janta. Por dia, estamos visitando cerca de 20 famílias e voltamos muito tarde para casa. É muito gratificante ver que levamos alegria para as pessoas e mantemos uma tradição milenar.

Pretende manter por quanto tempo essa tradição?

A intenção é manter isso por muito tempo. Mas, é algo que vai se perder com o passar dos anos nas comunidades. Essas coisas não interessam os mais jovens, que buscam outras ocupações. Outro fator é a ausência de músicos e instrumentistas e com isso não podemos fazer as canções e caminhar até as famílias.

Você tem um envolvimento muito grande com a comunidade com o roteiro turístico, foi dona de comércio e agora preside a comunidade. Como iniciou isso tudo?

Meu pai sempre foi muito atuante na comunidade e isso seguiu com a família. Eu segui com essas atividades por muito tempo. Atuei no comércio por 40 anos, até me aposentar. Hoje sou presidente da Comunidade São Roque onde junto com demais membros da direção organizamos festas e atividades de recreação. Já no roteiro turístico, o local é disponibilizado para receber os visitantes na hora do almoço e para um período de descanso.

Para você, qual o sentimento de poder se envolver e organizar atividades comunitárias?

É um trabalho gratificante e voluntário. É preciso ajudar as pessoas e fazer a diferença no local onde vivemos. Eu segui uma tradição familiar com o terno de reis e mantive o espírito comunitário herdado da minha família aqui em Tamanduá.

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