“O principal produto que sustenta nossa empresa é a credibilidade”

O Meu Negócio

“O principal produto que sustenta nossa empresa é a credibilidade”

Adair e Fernando Weiss destacaram trajetória do Grupo A Hora, que completou 20 anos no dia 1º. Do pequeno jornal de Santa Clara do Sul, empresa se consolidou como agente propulsor do desenvolvimento regional

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“O principal produto que sustenta nossa empresa é a credibilidade”
Estruturação do negócio, lembranças do passado e projeções aos próximos anos foram abordados na entrevista. Crédito: Mateus Souza
Vale do Taquari

Eles nasceram e foram criados na localidade de Chapadão. Tiveram trajetórias diferentes até chegar à área da comunicação.

Com o passar dos anos, ajudaram a transformar o pequeno jornal de Santa Clara do Sul em um influente grupo que ultrapassa as fronteiras regionais e completou, no dia 1º de julho, 20 anos de fundação.

As histórias de Adair Weiss e Fernando Weiss se confundem com o Grupo A Hora. Diretores Executivo, e de Estratégia e Mercado, respectivamente, foram os entrevistados desta semana em “O Meu Negócio”, programa multiplataforma comandado por Rogério Wink. Na conversa, contaram como foi a evolução da empresa até alcançar o patamar atual.

Adair é o mais velho entre seis irmãos. Começou a trabalhar cedo. Embora gostasse muito de estudar, teve que deixar a escola quando fez 12 anos.

“Parei o estudo e fui trabalhar na Calçados Andreza. Nunca mais voltei à sala de aula. Depois, conclui o ensino fundamental no supletivo, fiz o segundo grau e comecei a faculdade aos 26 anos. Por forças das circunstâncias, não fui estudar antes”, recorda.

Adair ingressou no ramo da comunicação na década de 1990 para trabalhar no Grupo Independente. Por lá, foram quase 15 anos de atuação. A experiência adquirida no radiojornalismo o levou ao recém criado Jornal A Hora, em 2002.  À época, a empresa era gerida pelos irmãos Kátia e Fábio Fischer. Logo, foi convidado para ser um dos sócios da empresa.

Fernando é o segundo mais novo entre os irmãos. Cresceu numa época com oportunidades diferentes dos demais. “Quando o nosso pai faleceu, eu tinha 5 anos e os irmãos mais velhos exerceram a figura paterna.

Pude concluir o fundamental em Nova Santa Cruz e o ensino médio no Cenecista, em Santa Clara do Sul”, lembra. Depois, passou por empresas do ramo de balas e transportes, até chegar ao A Hora, aos 19 anos.

“Nos estruturamos nas lacunas deixadas pelos outros, aliados a uma boa estratégia comercial”

Rogério Wink: O que te lembra das origens familiares?

Adair Weiss:  Sempre achei interessante ver a multiplicação que ocorria nas lavouras daqueles vizinhos que eram mais adiantados em termos de investimentos. Nosso falecido pai tinha problemas de sáude e nós não tínhamos a mesma produtividade.

Foi neles que comecei a perceber que era possível melhorar, crescer na vida. Quando era bem pequeno, fiz um espaço embaixo de casa para criar coelhos. Meu sonho era transformar isso em dinheiro. Era um espírito de empreendedorismo.

Wink: Como é trabalhar em família?

Fernando Weiss: Eu e o Adair temos alguns pensamentos diferentes, mas ideias complementares. E sempre nos respeitamos muito um ao outro enquanto profissionais. Tem a questão familiar, é verdade, mas o sangue não diz absolutamente nada nesta hora, e quando isso fica claro você sabe que vai ficar aqui e terá o seu espaço por meritocracia, e não por ser irmão. Tivemos equilíbrio e maturidade para lidar com isso.

Wink: Vocês são empreendedores e profissionais da comunicação. Como é transitar nestas duas áreas?

Fernando: Sempre tive muito claro que o foco é uma das coisas mais importantes, que garante, muitas vezes, o sucesso da tua carreira em médio prazo. Você acredita, se prepara e desenvolve naquela área que escolheu. Tenho privilégio de fazer parte do negócio e contribuir com meu conhecimento de comunicador. As coisas se complementam.

Wink: O que sempre foi bem feito desde o início do A Hora?

Adair: Nós nunca pedimos bexiga para ninguém. Nunca dependemos de um ou outro político, de prefeituras ou desta ou daquela empresa. Tivemos a sorte e talvez o juízo de não se aliar com quem não fosse confiável.

Com raríssimas exceções, todas as alianças foram com organizações em quem pudéssemos confiar. Caráter não tem mais ou menos. Ou você é honesto, ou não é. E o A Hora soube compreender isso e abrir mão de quem não pensa assim.

Fernando: Perceber as demandas, atender o que a sociedade espera. Claro, muitas vezes nós vamos surpreendê-la também. Mas sobretudo estar perto, sentir, perceber as necessidades.

Ao longo desses 20 anos, conseguimos moldar um propósito conectado nesses pilares, de ser uma empresa que realmente presta serviço e seja útil a sua comunidade. Temos uma política editorial muito clara desde o início.

Wink: Como calibraram a estruturação do negócio?

Adair: Nós erramos muito. Todo erro é bom, desde que saiba tirar lição dele. E penso que a estruturação do negócio se deu na estratégia comercial. Para nós, trabalho nunca foi problema. Fomos onde os outros não chegavam.

Onde tinha um espaço deixado pelos outros, nós ocupavamos e fazíamos bem feito. Nos estruturamos nessas lacunas, aliados a uma boa estratégia comercial. Com essa ousadia, o A Hora conseguiu pagar a conta e os projetos de inovação.

Wink: Qual o principal produto que sustenta a empresa?

Fernando: É a credibilidade. E ela vem junto quando se consegue gerar conteúdo. Nós não temos mais do que 5% da nossa receita oriunda do poder público. Por que? Precisamos manter nossa independência editorial. Nosso negócio é prestar serviço, que tenha a confiança de quem está consumindo.

Wink: Como enxerga a empresa daqui para frente?

Adair: É certo que a comunicação vai crescer em importância no mundo dos negócios. Empresas tradicionais estão entrando para o ramo. Eu acho impossível projetar uma empresa para daqui cinco anos com a instabilidade econômica e tecnológica que temos.

A única coisa certa é que estaremos fazendo comunicação bem feita. Se estivermos auxiliando para enriquecer a região, é porque somos úteis e necessários.


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