Entrave com órgão federal pode fechar acesso à barragem

BOM RETIRO DO SUL

Entrave com órgão federal pode fechar acesso à barragem

Município encaminhou projeto para o Dnit, com o objetivo de ampliar a segurança no local. Eventos como o “Natal nas Águas” podem não ocorrer

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Entrave com órgão federal pode fechar acesso à barragem
Local recebe centenas de visitantes nos fins de semana e sedia atrações culturais do município (Foto: Divulgação)
Bom Retiro do Sul

O acesso a um dos principais pontos turísticos do Vale do Taquari está em discussão. A Barragem Eclusa, em Bom Retiro do Sul, pode perder a possibilidade de receber visitantes, diante de entraves que envolvem legislação e condições impostas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

O prefeito Edmílson Busatto lembra das dificuldades para a reabertura do local após os períodos mais críticos da pandemia, com a necessidade de alocar um funcionário para acompanhar a entrada e saída do público. “Colocamos um profissional durante a semana e fazemos uma escala nos fins de semana para atender a essa exigência.”

O município entregou um projeto ao Dnit, na segunda reunião com a autarquia em Brasília, na semana retrasada. “A prefeitura se coloca à disposição para instalar grades de segurança, para que se mantenha aberto o acesso ao público na barragem”, afirma o prefeito. Hoje, apenas uma barreira simples, com uma corrente, impede os visitantes de chegar próximo da água.

A prioridade do órgão federal é manter a segurança dos visitantes, sobretudo após o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em 2019. No ano seguinte foi aprovada uma legislação no intuito de proteger essas estruturas, o que inclui as eclusas, como a de Bom Retiro. “Sabemos que é uma situação diferente, onde o risco é bem menor”, pondera Busatto.

O gestor demonstra desconforto ao falar sobre o aspecto legal que envolve o imbróglio, tanto é que fala em um trabalho de bastidores no sentido de adaptar a lei para locais com menor periculosidade. Enquanto isso, o projeto segue sob análise da autarquia, em Brasília, sem prazo para retorno ou definição.

Gestora segue indicação do Dnit

A Barragem Eclusa é administrada por uma terceirizada, a Pampulha, que afirma não ter ingerência sobre os horários de visitação e diz liberar o acesso conforme orientado pelo Dnit. O município aponta ter boa relação com a empresa, mas destaca que o fechamento durante a pandemia pode ter tornado a gestão do espaço “mais confortável e tranquila”, com a restrição de público.

Programação em risco

Uma das grandes preocupações da administração é quanto aos eventos realizados na barragem, como o “Natal nas Águas”. Busatto conta que o processo de organização iniciou, inclusive com a busca por uma atração em nível nacional, mas que o avanço da programação se torna uma incógnita diante dos empecilhos que o Dnit coloca para o uso do parque da barragem.

O festival vai para a sua 14ª edição, com possibilidade real de não ocorrer. A administração trabalha no tema desde o ano passado, para garantir o uso da barragem para a promoção do evento. Além disso, a ideia é preservar o aspecto turístico da barragem. “Não quero ser lembrado como o prefeito que permitiu fecharem a barragem eclusa”, finaliza o prefeito.


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