Pirâmide etária

Editorial

Pirâmide etária

O conceito de idosos mudou. Criado em 1994, definia pessoas com mais de 60 anos. Passados 24 anos, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou, em média, seis anos, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Essa nova…

O conceito de idosos mudou. Criado em 1994, definia pessoas com mais de 60 anos. Passados 24 anos, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou, em média, seis anos, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Essa nova realidade começa a aparecer na legislação nacional. O Estatuto do Idoso passou a ser aplicado a quem tem mais de 60. Benefícios legais, como o de prestação continuada, ou mesmo o transporte público gratuito também estão previsto para pessoas a partir dos 65 anos. A aposentadoria compulsória no serviço público foi elevada dos 70 para 75 anos.
A alteração na pirâmide etária traz profundas transformações socioeconômicas, pois o aumento da expectativa de vida, ligado à redução da taxa de natalidade, indica que até 2050 a população com mais de 60 anos será o triplo do contabilizado em 2010.
Esse envelhecimento demográfico é complexo e traz análises positivas e negativas. Por um lado, a longevidade é resultado de uma melhoria na qualidade de vida e nos serviços de saúde. Na outra ponta, significa a necessidade de mais verba para o sistema de atendimento em saúde.
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Entre prós e contra, a dificuldade mais latente está na Previdência Social. O sistema brasileiro se sustenta na repartição simples. Trabalhadores na ativa financiam os que já se aposentaram. Conforme o Ipea, em 2013, havia 9,3 pessoas com carteira assinada para cada idoso. Dentro de 12 anos, a estimativa é de uma queda para 5,1. Em 2060, se acentua para 2,3.
Garantir a sustentabilidade exige planejamento. Caso fique como está, o pagamento das aposentadorias consumirá mais de 25% da renda nacional. Como resultado, seria a bancarrota qualquer nação no mundo.
Um país mais velho significa menos pessoas no trabalho. Redução na produtividade e, em consequência, na geração de riqueza. Uma reforma na Previdência é fundamental, como já dito neste espaço, talvez não aos moldes do que foi proposto pelo governo de Michel Temer. É preciso equilibrar o interesse dos contribuintes com a possibilidade do INSS. Nenhum trabalhador quer ver a regra do jogo mudar enquanto a bola está rolando. O que parece latente é que o trabalhador terá mais anos de serviço, com mais tempo de contribuição para se aposentar.

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