Polícia Civil indicia dois por mortes de indígenas

Morte na BR

Polícia Civil indicia dois por mortes de indígenas

Inquérito responsabiliza motorista e empresa

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A Polícia Civil (PC) remete hoje ao Judiciário o inquérito sobre o acidente de trânsito que resultou na morte de quatro meninas. O fato aconteceu no dia 19 de outubro. O motorista do caminhão e o proprietário da transportadora, com sede em Alvorada, são indiciados pelo crime de homicídio culposo, um para cada vítima.
De acordo com o delegado José Romaci Reis, a pena máxima do homicídio culposo é de quatro anos. Como são quatro vítimas, o período de reclusão dos indiciados pode chegar a 16 anos.

No caso do motorista, também há o indiciamento por omissão e fuga, o que pode aumentar a pena de 1 a 2/3. “O dono também responde, pois foi negligente. Deveria ter mandado consertar o veículo.” Na semana anterior ao acidente, o caminhão havia passado por manutenção em uma oficina. Contudo, o inquérito policial não responsabiliza o mecânico pela soltura do eixo que atingiu as crianças.

“Ele disse que realmente consertou aquele veículo, mas não mexeu naquela roda. Inclusive teria apontado a necessidade de trocar peças”, destaca o delegado. Nesses quase 40 dias de investigações, foram ouvidas cerca de dez pessoas. Entre elas, o motorista, o proprietário do veículo, familiares das indígenas mortas e o mecânico. O condutor chegou a ser preso no dia do acidente, mas acabou liberado na mesma semana.

Relembre o caso

O acidente aconteceu às 6h40min do dia 19 de outubro. Quatro familiares, entre elas, três irmãs aguardavam o transporte escolar às margens da BR-386, no acesso à tribo caingangue. Nesse momento, o eixo do caminhão se desprendeu e atingiu o grupo. As irmãs Chaiane, 15, e Thais Lemes Soares, 9, e a prima Franciele dos Santos Soares, 14, morreram no local. Com o impacto, as vítimas foram arremessadas em uma valeta. O eixo continuou rodopiando e parou quase 70 metros depois. A terceira irmã, Anelize, 13, foi socorrida em estado grave. Permaneceu na UTI até o dia 30 de outubro, quando morreu.

O motorista foi preso uma hora depois, em Tio Hugo. Ele alegou aos policiais não ter percebido o eixo se desprender no momento do acidente, apenas quando parou para tomar café da manhã.  Familiares e amigos das vítimas bloquearam a rodovia. Desde então, uma série de mudanças foi realizada na aldeia. Entre elas, as aulas passaram a ocorrer no local para evitar o risco de novos acidentes.

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