Após a cidade ser devastada pela enchente de setembro do ano passado, nasce a expectativa de alavancar a economia. A ExpoMuçum traz um novo olhar para a comunidade que há sete meses trabalha na reconstrução do município. Conforme o prefeito Mateus Trojan, a feira deve movimentar R$ 2 milhões. “Recursos que não estão no município e vão vir de fora circulando na nossa economia, sendo importante para toda a cadeia ter um potencial de recuperação.”
Trojan reforça que por alguns momentos, a realização da feira estava incerta, mas devido à necessidade de movimentar a economia decidiram promover uma virada de chave no comércio, indústria e estabelecimentos do município. “Mesmo criticado por alguns, tomamos a decisão de apoiar e abraçar a causa junto à CDL para a realização da feira pela necessidade de um evento como esse para alavancar a economia do município. Buscamos parceiros. O evento será todo com recursos captados de projetos dos governos estadual e federal, patrocínios diretos de várias frentes, alguns bastante altos captados de empresas que se sensibilizaram com o momento em que o município e região vivem.”
O gestor enfatiza ainda que a programação será diferenciada, com shows já confirmados e outras atrações que farão desse evento uma oportunidade forte, importante e fundamental nesse processo de recuperação. Ele descreve que foram analisadas três situações para que a feira fosse executada. A primeira, pela questão da captação de recursos. “Conseguimos identificar possibilidades e buscamos ampliar o leque conforme acionamos empresas e sensibilizando através da programação que ficou bastante qualificada.”
Em segundo, ele cita a necessidade do comércio, indústrias, estabelecimentos de terem algo que fizesse a virada de chave. “Precisamos mostrar que a cidade tem uma vida ativa, uma vida econômica funcionando, empreendimentos praticamente todos reestabelecidos e em totais condições de fornecer produtos e prestar serviços e vender para fora da cidade.”
Já o terceiro motivo, segundo Trojan, é a elevação da autoestima. “Começar a recuperar nas pessoas de Muçum essa sensação de pertencimento, orgulho e satisfação de estar no seu ambiente. Temos pessoas machucadas, traumatizadas, num processo de recuperação do luto, precisamos virar a chave e mostrar o que a cidade tem de bom, e promovendo momentos que causam diversão e incremento na economia local.”
Importante destacar que os recursos para a concretização da feira não estão sendo retirados de nenhuma outra área. “Não temos dúvida de que o evento se paga pela arrecadação, incremento na economia local, prestação de serviços que gera fontes de receitas para o município, tendo o cenário atual colocado na mesa”.
ExpoMuçum
Serão quatro dias de festa. A feira multissetorial de comércio, indústria, serviços, gastronomia, agronegócio, cultura e turismo será realizada nos dias 30 e 31 de maio, 1º e 2 de junho, no Salão Paroquial e na Praça Cristóvão Colombo, no centro da cidade. A feira conta com uma série de atrações culturais e grandes shows, destacando as apresentações do grupo de pagode Revelação, Serginho Moah e Banda, Musical San Francisco, Anjos do Hanngar, Guilherme Mecca, Rainha Musical, e Adson e Alana.
Feira comercial
Para a feira, espaços específicos destinados para os associados onde não pagam pela locação. “A CDL está assumindo esse ônus para conseguir incentivar os seus associados para expor. Expositores que são de Muçum e não associados pagam um valor de R$ 900 e os expositores externos só terão espaço caso ainda haja disponível”. Mais de 70% dos espaços já estão reservados ou comercializados.
Ponte Brochado da Rocha
Ainda durante entrevista ao programa Frente e Verso desta quarta-feira, 17, Trojan falou sobre os avanços da reconstrução da Ponte Brochado da Rocha. O cronograma é executado. “Ferragens e os moldes já estruturados e preparados. Na próxima etapa, recebem a concretagem para, posteriormente, depois que o concreto maturar, vai poder ser transferido para começar o processo de reconstrução da ponte na própria estrutura. O cronograma está sendo cumprido, e prevê a produção das peças, fôrmas, vigas tudo à distância. Será produzido fora e será trazido para Muçum. Quanto mais eficientes forem na execução no local, melhor é para todos e para a conclusão da obra.”
Sobre o comitê estratégico de prevenção contra enchentes no Vale do Taquari, o gestor ressalta que a comissão criada tem para ele a essência da necessidade de representação regional. “Agora precisamos ir para os próximos passos e fazer com que essa comissão seja reconhecida como soberana das conduções, tem ali a presença dos municípios, associações dos municípios e vereadores, do Comitê da Bacia Taquari-Antas, universidade, Codevat e Ministério Público, o que torna essa comissão com condições de ser soberana para discutir o assunto.”
Além disso, ele cita que a situação acaba sendo frustrante devido à demora dos movimentos, a morosidade de alguns processos públicos. “Dentro das demandas que precisamos que sejam vistas com urgência para a gente poder chegar a conclusões e possibilidades de intervenções. Entender o quanto uma dragagem vai surtir efeito e como poderia ser feita, a recuperação das matas ciliares, tudo isso vai passar pela questão dos estudos e percebemos uma lentidão nesse processo para avançar nesse sentido.”
Acompanhe a entrevista na íntegra
