O programa Mais Médicos disponibilizará 1,5 mil profissionais ao Brasil que atuarão pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa informação é vista pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) como preocupante, segundo o presidente Eduardo Trindade.
“O objetivo do programa supostamente visa ampliar a cobertura de médicos em toda a federação, mas esses médicos não fizeram a formação médica no Brasil. Não sabemos a capacidade técnica, teórica e prática para atender a população brasileira, e isso nos preocupa”, explica.
Atualmente, o Rio Grande do Sul conta com mais de 20 faculdades de medicina. Conforme Trindade, há locais que não dispõem de médicos suficientes em muitas cidades do interior onde estão dispensando seus profissionais e substituindo pelos do Mais Médicos, então não vai atingir o objetivo do programa que é ampliar a cobertura de médicos.
“O que está acontecendo é uma substituição e, além disso, tirando médicos que cumpriram toda a legislação brasileira para serem chamados de médicos por profissionais que não atestamos a capacidade e, principalmente que vão atender aquela população mais necessitada, de baixa renda que não consegue pegar uma segunda opção”.
Trindade reforça que esses profissionais estão sendo colocados em cidades de grande ou médio porte como, Porto Alegre, por exemplo. “É preciso ter um plano de carreiras para distribuir médicos para todas as cidades, principalmente, as de menores portes. Hoje, temos mais médicos do que o necessário, mas para atuar precisam ter uma estrutura de atendimento adequada e condições para subsistência do profissional e família”.
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