Conte sobre a sua história, quando começou na arte drag?
Bom, comecei há uns 11 anos, quando morei em outro estado e tinha um amigo que era drag queen. Ele começou a me incentivar e me ajudar na transformação e na criação da minha drag queen.
Como você vê o seu trabalho hoje?
Eu sempre tive muita admiração pela arte drag, eu amava ver vídeos de shows e me imaginava um dia em cima de um palco, foi aí que eu continuei me motivando. Esse trabalho drag, hoje, ainda tem muito preconceito da maioria das pessoas, nossa arte ainda não é tão valorizada, não só aqui na nossa região, mas no país todo.
Você percebe ainda resistência aqui na região?
Ainda há muita resistência sim, não somente pela arte drag, mas por toda a comunidade LGBTQIAP+, negros. As pessoas ainda têm muito preconceito, e como não conhecem sobre essa arte, se torna uma coisa ainda mais evitada.
Você costuma se apresentar?
Sim, costumo me apresentar sim, não com muita frequência. Mas nas festas, costumo ir sempre de drag queen. Hoje, Lajeado tem um espaço chamado Volúpia Bar, uma casa acolhedora não só da arte drag, mas de tantos outros artistas incríveis que temos em nossa região. Sou muito grata pela oportunidade que me deram, de poder mostrar minha arte do jeito que ela é.
Lembro que há muitos anos, ainda quando o Volúpia era em outro endereço, eu era uma das únicas drags que se via por lá e uma das donas do bar sempre me falava: ‘um dia vou te colocar para fazer um show aqui dentro’, até que um dia surgiu a oportunidade e hoje estamos aqui, mostrando os vários tipos de arte drag que temos.
Como foi ser embaixadora da Parada Livre de Lajeado?
Foi a realização de um sonho, me senti ainda mais acolhida pelas pessoas que apreciam a arte drag. Não sou embaixadora sozinha, tenho comigo uma amiga irmã Adel Fame, que carrega comigo esse sonho. Ser embaixadora da Parada Livre de Lajeado significou pra mim que a arte drag pode sim estar onde a gente quiser, que somos capazes de mostrar os vários tipos de arte que a drag queen tem e que cada uma é única.
O que acha que ainda é necessário para as pessoas valorizarem esta arte?
É necessário mostrar mais esta arte para essas pessoas, é colocar drag queens mais presentes no dia a dia das pessoas, para eles entenderem um pouco mais do que se trata.
Vai participar da 3ª edição da Parada Livre de Lajeado?
É claro! A Parada vai acontecer dia 17 de junho, a partir das 15h, em frente à Casa de Cultura de Lajeado. Teremos também outros grandes artistas presentes, outras drags, músicos, dançarinos, djs, cortes, enfim, será mais um evento incrível.
