Impasse com IPE Saúde coloca em risco serviços a mais de 20 mil usuários

ATENDIMENTOS COMPROMETIDOS

Impasse com IPE Saúde coloca em risco serviços a mais de 20 mil usuários

Conveniados buscam reajuste da tabela de honorários médicos e hospitalares, além do pagamento de passivos. Situação impacta funcionários públicos do Estado e dependentes

Por

Impasse com IPE Saúde coloca em risco serviços a mais de 20 mil usuários
Greve parcial dos médicos conveniados ao IPE Saúde foi prorrogada em assembleia para até 2 de maio. Crédito: Divulgação
Estado

Médicos credenciados ao Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (IPE Saúde) decidiram estender até 2 de maio a suspensão de atendimentos. A medida, em vigência desde o dia 10, vale para consultas e procedimentos não urgentes e pode comprometer o serviço a mais de 20 mil usuários na região.

A decisão ocorre pela falta de reajustes e atrasos no pagamento dos honorários médicos e hospitalares. A expectativa do sindicato da categoria era de que o governo anunciasse um plano para quitar os valores. Até o momento, foi divulgado um diagnóstico que expõe as dificuldades financeiras do plano de saúde.

O impasse entre o IPE Saúde e os prestadores de serviços se acentuou em março do ano passado. Na época, além do pedido de reajuste, os profissionais reivindicavam a suspensão do tabelamento de medicamentos.

De acordo com o Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), o valor das taxas é o mesmo há 12 anos. Em nota, a instituição reitera que os honorários recebidos pelos profissionais para consultas e procedimentos, muitas vezes, não arca com o custo do deslocamento até o hospital.

O sindicato ainda ressalta que buscou várias vezes uma solução, mas nenhuma proposta teria sido apresentada. A expectativa agora é pelo envio de um projeto de reformulação do plano de saúde à Assembleia Legislativo, prometido pelo Estado para maio.

Governo anuncia reestruturação

O governador Eduardo Leite apresentou nessa quarta-feira, 12, um relatório sobre a atual situação do plano de saúde. Com quase um milhão de assegurados no estado, além de uma dívida estrutural, o IPE Saúde opera com déficit mensal que em 2022 ficou em cerca de R$ 36 milhões. Já o passivo (contas que excedem o prazo de 60 dias) soma cerca de R$ 250 milhões.

Em sua fala, Leite reforçou a necessidade de reformulação do plano. Entre os fatores para o desequilíbrio indica a redução na alíquota do plano principal que passou em 2004 de 3,6% para 3,1%, além da adesão não ser mais obrigatória. Como resultado, muitos teriam deixado de contribuir, em especial, os com maiores rendimentos.

Os desafios do instituto envolvem ainda o aumento dos custos em saúde, o atual modelo de pagamento por serviços aos prestadores e a insuficiência dos valores de contribuição. Entre as medidas avaliadas estão o aumento da contribuição e cobrar taxa dos dependentes.

Acompanhe
nossas
redes sociais