A duplicação da BR-386, entre Lajeado e Marques de Souza, se aproxima da reta final. Com 14 dos 20 quilômetros finalizados, o momento atual é de replanejamento dos cronogramas internos. O ritmo dos trabalhos diminuiu nas últimas semanas e profissionais foram deslocados para outras regiões, mas segue a projeção de concluir a obra no começo do segundo semestre.
A ausência de trabalhadores da Eurovias – terceirizada contratada para executar a obra – em alguns pontos da rodovia nos últimos dias chamou atenção da comunidade regional. Relatos de demissões também chegaram até a reportagem. Nessa quinta-feira, 6, a diretora de implantação do Grupo CCR, Thais Caroline Borges, detalhou o processo em entrevista à Rádio A Hora 102,9.
Conforme Thais, a reavaliação do cronograma ocorre não somente na BR-386, mas em outras rodovias sob concessão do Grupo CCR. “Isso vale para uma obra em casa e também de viadutos e pontes. Uma hora você precisa parar, ver o acompanhamento, se está funcionando e planejar os próximos passos. Nos encontramos exatamente neste segmento, o que é muito comum”, frisa.
Mesmo com a redução nas frentes de trabalho, Thais garante que serão concentrados “todos os esforços possíveis” para entregar as obras dentro do prazo programado. “A reavaliação que ocorre é em relação a metodologia e plano de execução, não no projeto, que foi aprovado na ANTT. Não existe solução de prateleira. Mas estamos entusiasmados com o ritmo das obras”.
Avanço ao trecho norte
Um dos principais corredores de exportação do RS, a BR-386 há décadas sofre com problemas estruturais, com diferentes realidades ao longo do trecho. Por isso, a duplicação ocorre de forma segmentada. Após a finalização da obra entre Lajeado e Marques, os esforços vão se concentrar na duplicação dos 25 quilômetros entre Fontoura Xavier e Soledade.
“Estamos preparando a entrada nesse trecho ainda no primeiro semestre. A ideia era dar a ordem de serviço em agosto, mas ajustamos para que seja em junho. Tem uma geometria muito complexa e os dois anos de prazo dependerão de muitas variáveis, como a questão climática. Mas, por mais complexo que seja, a projeção é essa”.
Após a duplicação deste trecho, a CCR ViaSul avançará para os 30,5 quilômetros de Tio Hugo a Soledade. Depois, aos 54,9 quilômetros de Fontoura Xavier a Marques de Souza. Por fim, encerra com os 34,6 quilômetros de Carazinho a Tio Hugo.
Qualidade adequada
Engenheiro civil por formação, o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa avalia o andamento das obras como adequadas, sobretudo ao considerar a grande quantidade de obras de arte de grande porte, como viadutos e pontes.
“O trecho em execução demandou um volume muito grande de detonação e muitas passagens de nível, pontes e viadutos. Se fizermos um paralelo, a duplicação de Estrela a Tabaí, gerenciada pelo Dnit, levou quase dez anos com pouquíssimas obras de arte, relevo favorável e poucas detonações. Estão cumprindo o contrato e com padrão de qualidade adequado”, afirma.
