Vocação empreendedora impulsiona sucesso da Amalfi Alimentos

O MEU NEGÓCIO

Vocação empreendedora impulsiona sucesso da Amalfi Alimentos

Empresa sediada em Cruzeiro do Sul foi moldada na experiência dos proprietários no ramo de supermercados e também nas origens familiares. Ex-presidente da Acil, diretor conta detalhes do negócio

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Vocação empreendedora impulsiona sucesso da Amalfi Alimentos
Edição desta semana narrou questões do cotidiano da fábrica de pães (Foto: Deivid Tirp)

Sediada às margens de uma das rodovias mais movimentadas da região, a Amalfi Alimentos surgiu da união de esforços de dois irmãos. Oriundos de famílias com longa tradição empreendedora, Cristian e Candice Rota Bergesch seguiram no mesmo caminho. Investiram em um negócio que hoje abastece supermercados não só no Vale do Taquari, mas também em outras regiões.

Os primeiros passos da Amalfi ocorreram em 2010. A empresa recebeu uma área do município de Cruzeiro do Sul, nas imediações da RSC-453, e iniciou suas atividades. Aos poucos, os pães feitos na indústria passaram a fazer parte do cotidiano das famílias. Hoje, é reconhecida pela qualidade do produto e a inovação nos processos.

A trajetória da Amalfi foi contada por Cristian durante entrevista em “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. Na ocasião, ele também detalhou como foi sua jornada profissional até a idealização da empresa. Ainda, lembrou dos desafios que teve à frente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), em um biênio impactado pela pandemia.

“Sempre digo que o associativismo moldou minha vida. Não só pela Acil, mas por muitos anos também participei da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). Fundamos o grupo jovem, lá por 2000, e depois passei para o sênior. Também passei pela CDL. Esse voluntariado foi a forma que encontrei de retornar de volta para a sociedade o que nos foi dado”, salienta.

ENTREVISTA


Cristian Rota Bergesch, diretor da Amalfi Alimentos

Rogério Wink: Qual a importância dessa origem familiar para que você se tornasse um empreendedor?
Cristian Rota Bergesch: Somos fruto do meio em que a gente vive. Da família Rota, meu avô veio de Espumoso, casou com a Dulce Weiand e capitaneou a expansão do Grupo Weiand, que tinha concessionária, fazenda e parte na Rede Imec. Também construiu o hotel. E a família Bergesch teve o primeiro engenheiro diplomado na cidade. Está no DNA da família empilhar tijolos, tanto que meus irmãos têm uma construtora.

Wink: E como foi a tua primeira experiência profissional?
Cristian: No Weiand Hotel, carregando mala. E eu gostava muito, pois ganhava meus trocos aos 14 anos. Aquilo fazia a diferença para mim. Lembro quando vinham americanos por conta daquela questão das pedras preciosas, e eles davam gorjeta de um dólar. Mas sempre consegui resguardar os horários de estudo. Trabalhava em horários picados.

Wink: Você teve a oportunidade de fazer intercâmbio. Como foi essa experiência?
Cristian: Isso foi depois de concluir o ensino fundamental e o primeiro ano do ensino médio, no Ceat. Resolvi buscar novos desafios. Fui morar por um ano na Austrália, com uma família inglesa. Entender uma cultura totalmente diferente da nossa, que enaltecia a monarquia e era completamente neoliberal, moldou a minha carreira. Não tem um dia que não lembre de um fato acontecido por lá.

Wink: Das tuas formações, qual delas você tem uma lembrança mais efetiva?
Cristian: Sem dúvidas, da Ufrgs. Entrei aos 17 anos, recém saído da escola, para cursar Administração. Aos 20, tomei coragem e fui para a PUC, pois achei que deveria ser publicitário. Quando entrei lá, me dei conta que o meu negócio era o negócio por completo, não somente o anúncio, a pontinha. Queria entender da empresa como um todo. Aí voltei para o curso anterior e comecei a ir bem nas cadeiras e a usufruir de verdade.

Wink: Quando e por que nasceu a Amalfi?
Cristian: Eu e a Candice trabalhávamos no Imec. Ela fez a centralização das padarias da rede, pois a mão de obra começou a ficar mais escassa, ao passo em que as máquinas ficavam mais desenvolvidas. E eu conhecia todos os supermercadistas do RS, por conta da atuação na Agas. Aliamos esse know-how dela, da panificação, com o meu, da parte comercial e atacadista, e resolvemos criar a Amalfi.

Wink: Qual é o foco da Amalfi e como funciona o processo industrial?
Cristian: Tínhamos a ideia de fazer pães congelados, mas isso demandava caminhão pesado, que é muito caro. Fizemos o direcionamento aos pães assados, e estamos aí desde então. Recebemos grãos vindos do Brasil inteiro, e temos o setor de pré-pesagem, onde as receitas são feitas. Depois, vai para as batedeiras, masseiras, elevador, divisora, esteira, estufa, segue para o forno, depois vai para o fatiamento e embalagem. Do caminhão, vai para a nossa casa. Além disso, trabalhamos com uma série de boas práticas de alimentos.

Wink: O que é mais importante para você no negócio?
Cristian: A distribuição, a presença, é estar em vários pontos de venda. Nós fornecemos para redes importantes. Esse eixo que vem de Santa Maria, Cachoeira do Sul, Santa Cruz, e passa por Lajeado, vai a Serra Gaúcha, Passo Fundo, Porto Alegre e Litoral, esse miolo é o chão da Amalfi. É onde está a maior quantidade de consumidores.

Wink: Qual o desafio dessa área de distribuição?
Cristian: Nós temos muitos pontos em que atendemos todo dia. É uma equipe de muitas pessoas. E 50% do negócio é pronta entrega e os outros 50% são de pré-pedidos. Sem dúvidas, esse segundo é mais fácil de atender, enquanto o primeiro é uma resposta mais rápida, que gera menos devolução. E o que não é vendido no supermercado volta à Amalfi e são descartados, por uma empresa que trabalhamos, totalmente certificada.

Wink: E as lojas, quais são os papéis delas hoje na Amalfi?
Cristian: Apesar de ser uma pontinha do negócio, é onde eu gosto de interagir com as pessoas, de receber feedbacks. Se pudesse, ficava o dia todo atendendo numa das lojinhas. Hoje temos uma junto à fábrica, três em Lajeado e uma em Estrela. Elas surgiram como uma ponta de estoque. O excedente da nossa produção vai para a loja.

DICA DE LEITURA

Foco, determinação e disciplina. Três ferramentas poderosas e fundamentais para compreender que a coragem inabalável pode ser construída. Independente do ponto de partida de cada um.

Esta é a metodologia defendida por Marcelo Bianchini. Para ele, sucesso é construção, e não fruto do acaso. Esta é a dica de leitura desta semana.

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