“Não sei se saberia fazer outra coisa”

ABRE ASPAS

“Não sei se saberia fazer outra coisa”

À frente do Colégio Madre Bárbara desde 2009, Maria Helena Jacques, 68, transborda carinho e orgulho da instituição que completa 126 anos nesta segunda-feira, dia 30. Natural de Cruzeiro do Sul, ela integra a diretoria há mais de 30 anos

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“Não sei se saberia fazer outra coisa”
Crédito: Acervo Colégio Madre Bárbara
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Quando começou a sua trajetória no Madre Bárbara?

Eu fiz magistério na chamada Escola Normal, em 1972. Mais tarde, em 1989, a antiga diretora, a irmã Helena Lottermann, me convidou para dar aulas na escola. Eu ensinava o que chamávamos de “didática geral”, no Curso Normal, que formava professores. Nessa disciplina, ajudava os alunos a fazer planejamento, entre outras coisas.

Quando decidiu ser professora?

Já tinham outras três professoras na família, então cresci com essa paixão. Quando criança, vinha de ônibus com a professora Maria Lenz para Lajeado. Aqui eu ficava na casa dela, brincava de dar aula.

Desde quando é diretora do Madre?

Eu estava há apenas um ano na escola e a irmã Helena me convidou para ser a vice-diretora. Lembro de ter ficado assustada, mas ela me garantiu que eu aprenderia no dia a dia. Dali em diante eu assumi o cargo de vice, mas continuei dando aulas. Isso se sustentou só por um tempo, eu precisava me dedicar ao Madre, que estava crescendo muito, e não conseguia conciliar isso às aulas. Então tive que escolher. Mas eu gostava muito de ensinar, fiquei muito triste ao parar.

Como foi enfrentar o desafio da diretoria?

Fiquei como vice-diretora por quase 20 anos. Em 2009, a irmã Helena foi transferida para outra escola e eu assumi a direção do Madre Bárbara. Em toda a história da escola, eu fui a primeira e única diretora que não era uma irmã. Minha preocupação era em como daria sequência a esse trabalho centenário sendo uma leiga. Desde o início, sempre estive comprometida com o legado da escola. A irmã Helena ainda serve como inspiração, sou muito grata por tudo que vivi e aprendi com ela.

Do início da sua trajetória até aqui, quais as principais mudanças que percebe nos alunos?

Quando eu assumi a escola, eram pouco mais de 600 alunos. Hoje, passamos de 1200. Isso é porque precisamos estar abertos à mudança. Percebo que hoje precisamos engajar constantemente nossos alunos. Precisamos estar mais próximos e presentes, trabalhar de “porta aberta”. Mas eu gosto muito disso, de todo o carinho que cultivamos.

Nesse caminho que teve no Madre, qual momento foi marcante?

Foi muito emocionante quando nossa fundadora, Bárbara Maix, foi beatificada em 2010. Outro momento foi quando inauguramos o prédio da Educação Infantil. Foi prova de que, mesmo com mais de cem anos, ainda estávamos progredindo e continuando com o legado das irmãs.

Depois de tantos anos, o que te motiva a continuar?

Tenho muita gratidão por toda a confiança que a Congregação, a comunidade escolar e toda a equipe sempre tiveram em mim. Tenho muita disposição e energia no meu trabalho, as crianças, os alunos me passam alegria e esperança sempre. Tento estar junto, acompanhar e me dedicar a essa escola, não sei se saberia fazer outra coisa.

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