O cenário revela o estado de abandono. Pouco mais de dois anos após a mudança de endereço da delegacia da Polícia Civil de Estrela, o prédio que abrigou o órgão de segurança por mais de quatro décadas sofre com a ação do tempo e dos vândalos. As denúncias de depredações no local ganharam as ruas e redes sociais nos últimos dias.
O questionamento central é: quem está com a responsabilidade sobre o prédio centenário na esquina da avenida Rio Branco com a rua Campos Sales, no bairro Oriental? O que se sabe é que a edificação foi doada pela administração municipal ao Estado, ainda nos anos 1970, para a instalação policial.
Com a lacuna, o espaço se tornou um local que pessoas utilizam como moradia improvisada, situação revelada pelos colchões e restos de alimentos espalhados pelo ambiente. As invasões ao local são uma constante nesse período. Sem portas na parte dos fundos para impedir o acesso, a bagunça nos móveis e documentos que restaram da mudança indicam a presença eventual de pessoas.
Outro reflexo são os furtos relatados por moradores. Portas e janelas foram levadas, enquanto a sacada do segundo piso teve a parede quebrada, na tentativa de retirar a estrutura de ferro do parapeito. “Recentemente teve um pequeno incêndio na parte interna. Também é normal ter gente circulando por lá”, conta um morador que não quis se identificar.
O que dizem os envolvidos
Delegado na época da mudança, Juliano Stobbe lembra que houve um aviso para os órgãos de polícia superiores quando o prédio foi desocupado, ainda em outubro de 2020. Ele pontua que já havia o interesse do município em reaver a área, e que desde então tentou se manter a segurança “da melhor maneira possível”.
Titular da DP desde setembro de 2021, Humberto Messa Röhrig, afirma ter ciência dos acontecimentos. “Infelizmente quando saímos de lá, os equipamentos de monitoramento foram para o prédio do centro.” O delegado acrescenta que o imóvel está em fase de transferência ao município e sinaliza sobre a possibilidade de melhorias no local.
Por outro lado, o governo de Estrela avalia o que será necessário para uma eventual reforma, apesar de considerar os custos altos para melhorias. “Devemos pensar em algo para o local”, aponta o secretário de Administração e Segurança Pública, César Augusto Pereira da Silva.
