A necessidade de destinar parte do orçamento para análises dos produtos em laboratórios gera uma mobilização das agroindústrias para obter aporte do governo para este custeio.
O assunto fez parte das discussões na câmara de vereadores na sessão desta semana, com uma indicação feita pelo parlamentar Valdir Griebeler (PSDB).
Na proposta do vereador, o município auxiliaria cada um dos produtores com um valor fixo, já que algumas delas precisam de mais que uma análise por ano, o que se torna uma sobrecarga para a manutenção das atividades. O intuito é valorizar o segmento, ampliar o alcance e produtividade das indústrias, além de atrair novos investidores.
Griebeler aponta a necessidade de diversificar as atividades. Segundo ele, frango, leite e suínos já tem grande escala, mas que os incentivos são importantes para evitar a extinção dos pequenos produtores. Ele defende uma maior articulação junto à administração para que o trabalho das agroindústrias tenha maior sustentabilidade.
A secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Lídia Margarete Müller Dhein, entende que a proposta do vereador é viável. “Vamos ao encontro do cumprimento da legislação e da execução do cronograma de análises físico-química e microbiológica da água de abastecimento interno e produtos de origem animal registrados no Serviço de Inspeção Municipal”.
Análises importantes, mas onerosas
Responsável técnico pelo Entreposto do Mel, da Associação dos Apicultores, Adílson Cord destaca que a agroindústria trabalha somente com mel e o custo das análises laboratoriais é um dos fatores que impede o lançamento de outros produtos. Mesmo assim, aponta a importância dos testes. “Temos que pensar na segurança alimentar, no bem do consumidor”.
O serviço de inspeção, ligado à Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, é quem faz a coleta as amostras e envia à Univates, que formaliza a autorização do estudo.
Cord relata que o Entreposto precisou destinar mais de R$ 1 mil para os testes, parte do valor abatido pelo Bônus Metrologia do Sebrae, que auxilia o acesso a serviços de análise em produtos.
Desafio para o município
Teutônia conta com 12 agroindústrias nos ramos da panificação, compotas, conservas, embutidos e derivados de leite. Lídia aponta a importância do segmento para a economia do município.
“Dentro da produção primária, a participação das agroindústrias, juntamente com a produção de hortifrutigranjeiros, carvão, lenha e demais produções de subsistência comercializados, engloba em torno de 12,26%”.
Mesmo com leis de incentivo para a construção de agroindústrias, o governo vê como um grande desafio seguir com investimentos e atrair jovens para continuar com as atividades agrícolas.
“A significativa redução do número de filhos e as mudanças nas relações familiares tem possibilitado aos jovens buscar alternativas individualizadas e muitas vezes fora da propriedade rural”, finaliza a secretária.